SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice acionário brasileiro iniciava a semana em baixa, refletindo a crescente preocupação de investidores com o cenário político e fiscal doméstico e após dados econômicos decepcionantes da China.
Às 11h, o Ibovespa mostrava queda de 1,44%, aos 119.447,83 pontos, pela primeira vez abaixo dos 120 mil pontos desde 12 de maio. O giro financeiro da sessão era de 8,37 bilhões de reais.
No plano externo, o destaque do dia são os dados da China, onde a produção industrial cresceu 6,4% em julho sobre um ano antes, abaixo da previsão de analistas, de aumento de 7,8%. Além disso, as vendas no varejo subiram 8,5% em julho, também abaixo da expectativa de alta de 11,5%.
Por aqui, prevalecia o pessimismo com o quadro fiscal após a revelação na semana passada da proposta de parcelar pagamentos de precatórios, enquanto a tensão política provocada por Jair Bolsonaro e apoiadores, atrapalha avanços de reformas importantes no Legislativo.
Simultaneamente com a conclusão da temporada de balanços o segundo trimestre, investidores conferiam uma bateria extensa de divulgação de fusões e aquisições envolvendo Rede D'Or (SA:RDOR3), Alliar (SA:AALR3), Ultrapar (SA:UGPA3), Bemobi (SA:BMOB3) e Viveo.
DESTAQUES
- COSAN (SA:CSAN3) caía 2,4%, após divulgar lucro líquido de 942,4 milhões de reais no segundo trimestre, ante 101,9 milhões do mesmo período de 2020, mas anunciar redução da expectativa de investimentos para sua unidade de gás Compass (SA:PASS3).
- ALLIAR disparava 19,6%, após anúncio de que a Rede D'Or ofereceu comprar a empresa de diagnósticos médicos com um prêmio de 21,8% em relação à cotação de fechamento das ações na sexta-feira, numa operação de até 1,36 bilhão de reais. REDE D'OR recuava 0,5%.
- ULTRAPAR avançava 1,4%, após ter anunciado acordo para vender 100% de sua unidade de químicos especiais Oxiteno para o grupo tailandês Indorama por 1,3 bilhão de dólares.
- CVC (SA:CVCB3) perdia 7%. A companhia de viagens anunciou nesta manhã que elevou a participação na VHC Hospitality, DE 69% para 100%. Na sexta à noite, havia divulgado que teve prejuízo de 175,6 milhões de reais, acusando os efeitos da segunda onda da Covid-19.
- VIVEO tinha valorização de 2% após revelar que acertou a compra da Profarma (SA:PFRM3) Specialty, empresa de distribuição e farmácia de especialidades e da Cirúrgica Mafra, por um valor total de cerca de 900 milhões de reais.
- BEMOBI recuava 1%. A companhia anunciou também nesta manhã a comprou o grupo chileno Tiaxa por até 48 milhões de dólares.
(Por Aluísio Alves)