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Petrobras impede queda do Ibovespa por recuo do minério e fraqueza em Nova York

Publicado 22.11.2024, 08:22
Petrobras impede queda do Ibovespa por recuo do minério e fraqueza em Nova York
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A nova distribuição de dividendos extraordinários, anunciada na quinta-feira, 21, pela Petrobras (BVMF:PETR4), impede queda do principal indicador da B3 (BVMF:B3SA3) na manhã desta sexta-feira, 22, em sintonia com o recuo das commodities e com o viés negativo dos índices futuros das bolsas em Nova York. Ainda assim, por ora, não evitaria uma nova queda semanal que era de 0,12% perto das 11 horas.

"O Ibovespa abriu mais forte, mas perdeu força por conta dessa espera do pacote fiscal. Há dias há essa ansiedade. Agora pode ser que saia na terça, mas a sensação é de que a terça-feira nunca chega, que o pacote não chegará nunca", diz Rubens Cittadin, operador variável da Manchester Investimentos.

No exterior, o quadro é de cautela após uma série de PMIs indicarem fraqueza da economia europeia e ainda devido às tensões geopolíticas. Contudo as bolsas europeias passaram a subir há pouco, em meio ao entendimento de que os sinais de arrefecimento da atividade na Europa sugerem novos cortes dos juros na região e quiçá nos EUA. Ao mesmo tempo, o petróleo tentava zerar a queda, mas o minério de ferro fechou em baixa de 1,09% em Dalian, na China.

Além de a notícia de que a Petrobras pagará R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários a seus acionistas agradar aos investidores da estatal, também tende a aliviar as contas públicas. Isso porque tem potencial de ajudar o governo federal na busca pela meta fiscal. A União detém 28,67% do capital da empresa e receberá R$ 5,7 bilhões, que serão considerados como receita primária, pontua em nota a LCA Consultores.

Porém, a informação da distribuição dos dividendos extraordinários em dezembro pela Petrobras é insuficiente para empolgar o Ibovespa, em meio às incertezas fiscais. Depois de quase um mês de promessa de seu anúncio, agora fala-se que o pacote de corte de gastos poderá sair somente na semana que vem.

Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que levará na manhã de segunda-feira a minuta do ajuste fiscal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre as medidas estaria o acordo com o Ministério da Defesa, que deve render uma economia anual em torno de R$ 2 bilhões. A expectativa do chefe da equipe é que, ao fim dessa reunião com Lula, o pacote já possa ser anunciado entre segunda e terça-feira. O valor a ser cortado ainda é incerto.

"A espera pelo pacote tem reforçado a postura cautelosa dos investidores, o que juntamente com a alta global do dólar levou a cotação ontem a superar novamente R$ 5,80/US$", ressalta em relatório Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria. Já o Ibovespa encerrou a sessão de quinta-feira com desvalorização de 0,99%, aos 126.922,11 pontos, com recuo de 0,68% na semana.

Às 11h14, o Índice Bovespa subia 0,49%, aos 127.548,26 pontos, após avançar 0,85%, na máxima aos 127.996,77 pontos, e de mínima de abertura aos 126.944,33 pontos, quando teve alta de 0,02%. Vale (BVMF:VALE3) cedia 0,26% e Petrobras tinha elevação entre 1,82% (PN) e 1,97% (ON). O dólar à vista subia 0,11%, a R$ 5,8178, refletindo nos juros futuros.

Conforme Cittadin, da Manchester, enquanto o plano de corte de gastos não for apresentado pelo governo federal, o Ibovespa não terá um movimento definido. "Se vier desidratado, aquém dos R$ 70 bilhões, vai gerar mau humor. Esse é o assunto que tem pautado a Bolsa os ativos brasileiros", afirma.

Na agenda brasileira, destaque à divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas à tarde. Conforme Haddad, o documento deve trazer bloqueio "na casa dos R$ 5 bilhões" no Orçamento de 2024.

No exterior, saem a prévia do índice de gerentes de compras (PMI) e a pesquisa da Universidade de Michigan sobre as expectativas de inflação e o sentimento do consumidor dos Estados Unidos.

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