Petrobras negocia com fornecedores de GNL dos EUA acordo de longo prazo, diz executivo

Publicado 14.03.2025, 13:17
Atualizado 14.03.2025, 13:20
© Reuters. Diretor Executivo de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, participa de uma entrevista durante a CERAWeek em Houston, Texas, EUAn12/03/2025nREUTERS/Kaylee Greenlee

Por Marianna Parraga

HOUSTON (Reuters) - A Petrobras (BVMF:PETR4) está em negociações com fornecedores de gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos para um acordo de importação de longo prazo, informou um executivo da Petrobras.

O Brasil é o maior produtor de petróleo da América Latina, mas consome mais gás do que produz e depende de importações para preencher a lacuna. A Petrobras compra gás canalizado da vizinha Bolívia e importa cargas de GNL para atender à demanda doméstica. Os EUA são os maiores exportadores de GNL do mundo.

"Continuamos a importar no mercado spot, mas estamos indo para o mercado de longo prazo", disse o diretor Executivo de Transição Energética e Sustentabilidade, Mauricio Tolmasquim, em uma entrevista nos bastidores da conferência CERAWeek em Houston.

A Petrobras e a fornecedora de energia britânica Centrica (LON:CNA) anunciaram no mês passado um contrato para que a empresa brasileira compre 0,8 milhão de toneladas por ano de GNL por 15 anos, a partir de 2027. Esse foi o primeiro contrato de fornecimento de GNL de longo prazo do Brasil.

Os contratos de GNL de longo prazo proporcionam à Petrobras suprimentos confiáveis em comparação com as compras no mercado spot. O Brasil também está buscando aumentar sua própria produção e está negociando preços para importar da Argentina por meio de um conjunto de gasodutos que passam pela Bolívia.

"Queremos comprar da Argentina, sim, mas como em qualquer negócio, você tem que ver outros suprimentos (incluindo) GNL, gás doméstico, então temos que comparar", disse Tolmasquim.

Nos últimos anos, as empresas e os governos do Brasil, da Argentina e da Bolívia têm conversado para aproveitar a infraestrutura de transporte regional existente para reverter o fluxo de gás, de modo que os suprimentos da enorme jazida de xisto de Vaca Muerta, na Argentina, possam chegar aos clientes no Brasil, incluindo a Petrobras.

"Continuamos conversando. Acho que há uma possibilidade real de fazermos algum acordo", disse Tolmasquim, acrescentando que as negociações de preço progrediram desde o ano passado em relação a uma taxa de pedágio a ser cobrada pela Bolívia para permitir que o gás da Argentina passe por sua parte da infraestrutura a caminho do Brasil.

"Estamos conversando sobre o preço que precisamos e que pode ser aceito pela maioria das partes", acrescentou.

A reorganização dos fluxos de gás poderia, em última análise, beneficiar a Bolívia, um fornecedor tradicional de gás para a região, já que sua própria produção diminui para volumes que mal atendem à demanda doméstica, disse Tolmasquim.

(Reportagem de Marianna Parraga)

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