RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) vai aplicar um reajuste médio de 12,3 por cento no preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para uso industrial, comercial e a granel, em aumento válido a partir de quarta-feira, informou a petroleira nesta terça-feira.
Em comunicado, a empresa destacou que os preços de GLP destinado ao uso residencial, conhecido como gás de cozinha, comercializado em botijões de até 13 kg, não foram objeto de reajuste.
O último reajuste para o gás de botijão para uso industrial e comercial ocorreu em dezembro de 2015, lembrou o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sergio Bandeira de Mello.
Na ocasião, a empresa havia anunciado um reajuste médio de 3,8 por cento.
A Petrobras não informou na nota a motivação para a realização do reajuste de preços.
Bandeira de Mello afirmou, em entrevista à Reuters, por telefone, que o sindicato recebeu a notícia do reajuste nas embalagens acima de 13 kg com surpresa, já que esse produto já estava com preços superiores ao gás de cozinha.
"Causa espanto que um novo aumento ocorra sobre as embalagem acima de 13 quilos, que já estão 80 por cento mais caras que as embalagens de até 13 quilos, e agora vai ser (após o reajuste) 113 por cento mais caro, e 73 por cento mais caro do que o produto que a Petrobras importa", afirmou o presidente.
Cálculos do Sindigás, que não consideram a aplicação de impostos, apontou que atualmente o preço da tonelada da molécula do GLP envasado em embalagens de até 13 kg é de aproximadamente 1.008 reais, enquanto o preço médio de importação está em torno de 1.224 reais, incluindo as taxas de importação.
Em contrapartida, o preço da tonelada da molécula envasada em embalagens acima de 13 kg estava em cerca de 1.870 reais e passará para aproximadamente 2.113 reais após o ajuste anunciado.
Procurada, a Petrobras não comentou o assunto.
O aumento do preço do gás ocorre após a Petrobras ter anunciado na véspera alta na cotação do diesel de 9,5 por cento e de 8,1 por cento na gasolina.
(Por Marta Nogueira)