Por Marta Nogueira e Luciano Costa
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O Conselho de Administração da Petrobras (SA:PETR4) aprovou uma profunda revisão no modelo de gestão e governança da companhia, em uma reestruturação que inclui, entre outras medidas, fusão de áreas e centralização de atividades, e que poderá reduzir custos em 1,8 bilhão de reais por ano, informou a estatal nesta quinta-feira.
O presidente da petroleira, Aldemir Bendine, explicou que além de buscar economia de custos, diante dos baixos preços do petróleo, a companhia busca, com a reestruturação, o aprimoramento da gestão da empresa.
A estatal tenta deixar para traz a crise desencadeada por um escândalo de corrupção.
"Nós chegamos enfim a um modelo, e eu julgo algo revolucionário para a empresa, era algo que a empresa precisava já há algum tempo, que era aprimorar os seus mecanismos de controle e de gestão", afirmou Bendine, em coletiva de imprensa.
"A gente deseja adequar a companhia a uma nova realidade que se impôs por uma nova mudança de cenário da indústria, mas também pelo processo de investigação de maus feitos na companhia, que também ajudaram a gerar uma crise."
O executivo afirmou que a indicação política para cargos na estatal "não faz mais parte da empresa". "Meritocracia é o termo que se deu desde 2015 e prevalecerá doravante", afirmou.
Sem especificar valores, Bendine disse que a economia de 1,8 bilhão de reais por ano a partir da reestruturação terá efeito "pequeno" no primeiro trimestre, mas já terá algum efeito até o fim de 2016.
De acordo com a companhia, a reestruturação prevê uma redução estimada de pelo menos 30 por cento no número de funções gerenciais em áreas não operacionais.
A companhia possui atualmente cerca de 7,5 mil funções gerenciais aprovadas, das quais 5,3 mil em áreas não operacionais.
Haverá ainda uma redução de 14 funções na alta administração, com o número de diretorias caindo de sete para seis, devido à junção das diretorias de Abastecimento e Gás e Energia em apenas uma que se chamará Refino e Gás Natural.
Bendine destacou que antes que novos diretores sejam nomeados, o novo estatuto social da Petrobras precisará ser aprovado em assembleia geral com os acionistas, que deverá ser chamada dentro de 30 a 60 dias.
O executivo não quis adiantar os nomes que devem ficar à frente de cada uma das seis diretorias.
Dessa forma, o total de funções gerenciais ligadas diretamente ao Conselho de Administração, ao presidente e aos diretores será reduzido de 54 para 41.
Em uma segunda fase, prevista para fevereiro, a reestruturação abrangerá as demais funções do corpo gerencial não atingidas no primeiro momento. As nomeações e a alocação de equipes ocorrerão a partir de março.
(Reportagem adicional de Jeb Blont e Rodrigo Viga Gaier)