SÃO PAULO (Reuters) -A Petrobras (BVMF:PETR4) anunciou nesta quinta-feira uma redução de 7% nos preços da gasolina vendida a distribuidoras, no quarto corte consecutivo desde meados de julho, confirmando indicação dada pelo presidente Jair Bolsonaro na véspera sobre "boa notícia" aos consumidores.
A partir de sexta-feira, o valor do litro do combustível passará de 3,53 reais para 3,28 reais, uma diminuição de 25 centavos.
A redução segue outras três anunciadas pela petroleira desde meados de julho, quando houve início um ciclo de baixas do combustível, em decorrência de menores cotações globais do petróleo. Agora o combustível da estatal está no menor nível desde março.
Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro havia dito em entrevista que a estatal deveria ter uma "boa notícia" sobre preços de combustíveis ainda nesta semana.
Bolsonaro já declarou, em algumas ocasiões, que não interfere na Petrobras, embora tenha trocado por três vezes executivos da companhia por conta de descontentamento com a política de preços da empresa, na época em que os valores internacionais do petróleo dispararam.
Em nota, a Petrobras afirmou que o corte acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com sua prática de preços, que busca o equilíbrio de preços mas sem o repasse imediato de volatilidades das cotações internacionais e da taxa de câmbio.
Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de 2,57 reais, em média, para 2,39 reais por litro, acrescentou a estatal.
A diferença positiva dos preços da gasolina no mercado interno em relação ao externo atingiu 36 centavos por litro na quarta-feira, o maior valor desde 1o de agosto, quando o litro do combustível estava cerca de 43 centavos mais caro dentro do país, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Para o presidente da associação, Sérgio Araujo, o movimento da Petrobras está alinhado à sua política de paridade de preços e não há interferência da União, controladora da companhia.
"Não há interferência do governo. É uma ação, uma atitude técnica. A gasolina tem tido reduções constantes e está com viés de continuar reduzindo", disse Araujo à Reuters.
(Por Letícia Fucuchima e Rafaella Barros; com reportagem adicional de Gabriel Araujo, edição de Roberto Samora)