Ibovespa fecha em queda pressionado por Petrobras, mas sobe em semana marcada por resultados corporativos
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (BVMF:PETR4) vê "baixa probabilidade" de pagar dividendos extraordinários neste ano e poderá rever projetos no próximo plano estratégico, como resultado dos preços mais baixos do petróleo no cenário global, afirmou nesta sexta-feira o diretor executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo.
"O dividendo ordinário continua no mesmo patamar..., não temos discussões sobre mudança, e o extraordinário com uma renda menor, por certo, teríamos mais dificuldades em fazer pagamentos, embora gostaríamos muito", disse Melgarejo, em conferência com analistas de mercado, para comentar os resultados do segundo trimestre.
O dividendo extraordinário, destacou o executivo, depende de a companhia ter caixa superior à sua necessidade operacional.
Apesar de estar avançando com a produção de petróleo, os preços da commodity no cenário internacional recuaram, afirmou.
"O preço (do petróleo) realmente cedeu e se continuar nesse patamar a gente vê menos chances de que a gente consiga ter pagamento de dividendos extraordinários para este ano", explicou Melgarejo.
As ações da petroleira ON operavam com queda de mais de 7% por volta de 17h.
Questionado por jornalistas sobre os motivos para a queda, o diretor financeiro considerou que, "circunstancialmente", talvez o mercado "tenha sido frustrado um pouco" com o dividendo gerado no segundo trimestre.
"Ele (o dividendo) foi impactado por eventos não recorrentes que não terão nos próximos períodos, e é isso que substancialmente o mercado tem esse comportamento que a gente entende que deve ser passageiro", afirmou.
A Petrobras informou na quinta-feira que seu conselho de administração aprovou o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) intercalares no valor de R$8,66 bilhões.
Sobre os projetos em curso, o diretor reiterou que a meta de investimentos para 2025 está mantida, em US$18,5 bilhões, mas que projetos futuros da companhia poderão ser revistos para considerar os preços mais baixos do petróleo.
"Vamos reavaliar todas as premissas e, com isso, colocar essas premissas nos projetos e identificar aqueles que são viáveis", afirmou Melgarejo.
"Os que não passarem na nossa régua, por certo, ficarão pelo caminho ou serão postergados, ou buscaremos alternativas de engenharia que barateiem esse capex, para que ele seja viável financeiramente."
(Por Marta Nogueira)