LONDRES (Reuters) - Pelo menos quatro navios petroleiros desviaram o curso do Mar Vermelho desde os ataques noturnos dos Estados Unidos e do Reino Unido contra alvos houthis no Iêmen, segundo dados de navegação de LSEG e Kpler.
Os ataques foram realizados por ar e mar em resposta aos ataques da milícia houthi, apoiada pelo Irã, contra navios no Mar Vermelho, no que está se tornando uma escalada regional da guerra entre Israel e Hamas em Gaza.
Os navios-tanque Toya, Diyyinah-I, Stolt Zulu e Navig8 Pride LHJ foram vistos dando meia-volta durante viagem para evitar o Mar Vermelho nesta sexta-feira, de acordo com o rastreamento de navios das duas empresas.
Um dos navios, o Toya, capaz de transportar até 2 milhões de barris de petróleo, estava sem carga, segundo os dados.
Os preços do petróleo subiam mais de 3 dólares por barril, ou mais de 4%, às 8h44 de Brasília, com o Brent sendo negociado acima de 80 dólares, em meio ao aumento dos riscos geopolíticos.
Por sua vez, o grupo dinamarquês de petroleiros Torm disse na sexta-feira que decidiu interromper todos os trânsitos pelo sul do Mar Vermelho.
Importantes empresas de transporte de contêineres, Maersk e Hapag Lloyd, saudaram as medidas para proteger a região. Mas elas não chegaram a dizer se os ataques dos EUA e do Reino Unido seriam suficientes para que retornassem ao Canal de Suez, a rota mais rápida entre a Ásia e a Europa, responsável por cerca de 12% do tráfego global de contêineres.
(Reportagem de Ahmad Ghaddar, Robert Harvey e Jonathan Saul)