Por Clara-Laeila Laudette e Conor Humphries
MADRI/DUBLIN (Reuters) - A Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34) informou nesta sexta-feira que a pandemia de Covid-19 pode se estender ao longo do próximo ano e anunciou planos para desenvolver um regime de três doses de vacina para crianças e adolescentes de 2 a 16 anos.
O laboratório norte-americana fez os comentários no momento em que países europeus se preparam para novas restrições sociais e de viagens, e após um estudo alertar que a variante Ômicron do coronavírus, de rápida disseminação, tem cinco vezes mais probabilidade de reinfectar pessoas do que sua antecessora, a Delta.
Executivos da Pfizer disseram que a empresa acredita que em 2024 a doença deve ser endêmica em todo o mundo, o que significa que não seria mais uma pandemia. A empresa projetou que a "Covid fará a transição para um estado potencialmente endêmico em 2024".
Antes da variante Ômicron, o especialista norte-americano Anthony Fauci previu que a pandemia terminaria em 2022 nos Estados Unidos.
Ao anunciar planos para desenvolver um regime de três doses da vacina para a faixa etária de 2 a 16 anos, o diretor científico da Pfizer, Mikael Dolsten, disse em uma teleconferência que os resultados de três doses entre pessoas com mais de 16 anos mostraram que a medida oferece maior proteção.
"Portanto, decidimos modificar cada um dos estudos pediátricos para incorporar uma terceira dose à série e buscar autorização para uma série de três doses, em vez de uma série de duas doses, como inicialmente previsto", disse a empresa.
A Pfizer desenvolveu sua vacina contra Covid-19 com a alemã BioNTech (NASDAQ:BNTX). As empresas estão desenvolvendo uma versão de sua vacina para combater a variante Ômicron, mas não decidiram se será necessária. Elas esperam iniciar um ensaio clínico para a vacina atualizada em janeiro, disseram os executivos da Pfizer.
REINFECÇÃO COM ÔMICRON
O risco de reinfecção com a variante Ômicron é 5,4 vezes maior e ela não mostra nenhum sinal de ser mais branda do que a variante Delta, revelou um estudo do Imperial College de Londres, à medida que os casos aumentam pela Europa e ameaçam as festividades de fim de ano.
A infecção passada pode oferecer proteção de até 19% contra a reinfecção pela nova variante, disse o Imperial College, observando que o estudo de centenas de milhares de casos, incluindo 1.846 confirmados como Ômicron, ainda não foi revisado por pares.
As novas descobertas podem adicionar urgência aos esforços dos países para acelerar as campanhas de reforço da vacinação para tentar diminuir a pressão sobre os hospitais e sistemas de saúde. Até agora, um aumento nas infecções no Reino Unido e em outros lugares da Europa não resultou em um grande salto nas hospitalizações ou mortes.
A incerteza sobre o impacto que a Ômicron terá na recuperação econômica global foi refletida nos caminhos divergentes tomados pelos principais bancos centrais esta semana.
Alemanha, Irlanda, Suíça e Dinamarca estavam adotando novas restrições a viagens, seguindo os passos da França, que fechou suas fronteiras nesta semana para a maioria dos britânicos não residentes.
Desde que o coronavírus surgiu em Wuhan, na China, quase dois anos atrás, mais de 5 milhões de pessoas morreram de Covid-19 em todo o mundo e mais de 272 milhões de casos foram registrados.