SÃO PAULO (Reuters) - O FPSO Pioneiro de Libra, plataforma que deverá começar a produzir petróleo em julho, em Teste de Longa Duração (TLD) em uma das maiores jazidas do Brasil, chegou na noite de quarta-feira a águas territoriais brasileiras, informou nesta quinta-feira a OOGTK, proprietária da unidade.
A chegada do FPSO, um tipo de navio utilizado pela indústria petrolífera para a produção, armazenamento de petróleo e/ou gás natural e escoamento dos produtos, estava prevista anteriormente para o final de maio, mas foi antecipada em dez dias, informou a OOGTK, uma joint venture 50/50 formada pela Odebrecht Óleo e Gás (OOG) e a Teekay Offshore.
A embarcação vai operar a serviço do consórcio formado pela Petrobras (SA:PETR4) (operadora, com 40 por cento), a francesa Total (20 por cento), a anglo-holandesa Shell (20 por cento) e as chinesas CNPC (10 por cento) e CNOOC Limited (10 por cento).
"A viagem (da plataforma) começou com a saída do estaleiro Jurong, em Cingapura, onde o FPSO foi construído. O planejamento rigoroso e as condições climáticas permitiram que a viagem transcorresse com tranquilidade, mesmo em trechos mais sensíveis...", relatou a OOGTK.
Desde o batismo do FPSO, realizado em dezembro do ano passado, a embarcação passou por testes de comissionamento e de mar. Mais de mil atividades foram realizadas antes do embarque, entre elas, teste de inclinação e do sistema de propulsão.
A unidade poderá atuar em lâmina d'água de até 2.400 metros de profundidade e terá capacidade de produção de 50 mil barris de óleo por dia e de compressão e reinjeção de quatro milhões de metros cúbicos de gás/dia, segundo nota da OOGTK.
O TLD deve colaborar com a produção da Petrobras neste ano.
A entrada em operação do FPSO deve colaborar ainda para equilibrar o fluxo de caixa da OOG, do grupo Odebrecht, cujas finanças foram atingidas pelos desdobramentos da Operação Lava Jato.
OUTRA PLATAFORMA
A Petrobras informou na noite de quarta-feira que iniciou a produção de petróleo e gás natural na área de Lula Sul, no pré-sal da Bacia de Santos, por meio do navio plataforma P-66, primeiro FPSO próprio do consórcio e sétima unidade do campo de Lula, após a obtenção da licença junto ao Ibama.[nL2N1IJ1SX]
Localizada a aproximadamente 290 km da costa do estado do Rio de Janeiro, em profundidade de água de 2.150 metros, a P-66 tem capacidade para processar diariamente 150 mil barris de petróleo, comprimir 6 milhões de m3 de gás e foi inicialmente interligada ao campo de Lula por meio do poço produtor 7-LL-60D.
O campo de Lula está localizado na concessão BM-S-11 operada pela Petrobras (65 por cento), em parceria com a BG E&P Brasil – companhia subsidiária da Royal Dutch Shell plc (25 por cento) e a Petrogal (10 por cento).
(Por Roberto Samora)