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Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - Até o início de 2020, o preço das ações da empresa catarinense WEG (SA:WEGE3), uma das maiores fabricantes de motores elétricos do mundo, rondava a casa dos R$ 12,00. Desde então, os preços vieram em valorização elevada, com uma queda mais recentemente, desde outubro. Os papéis fecharam na última sexta-feira em queda de 1,92%, cotados a R$35,80, uma baixa anual acumulada de 4,51%. Em janeiro, o papel havia chegado a máxima anual de R$46,44.
A WEG tem sede em Jaraguá do Sul (SC) e tem outras unidades no Brasil, mas também conta com parques fabris na Argentina, África do Sul, México, Estados Unidos, Áustria China, Alemanha, Portugal, Espanha e Índia. Além dos equipamentos eletroeletrônicos industriais, a WEG também atua no segmento de geração, transmissão e distribuição de energia, soluções para indústria 4.0 e ainda em tintas e motores para aplicações comerciais.
No terceiro trimestre deste ano, a WEG reportou uma receita líquida R$ 6,2 bilhões, o que representa um aumento de 29% sobre o mesmo trimestre do ano passado. Na mesma comparação, o lucro líquido de R$ 813 milhões de reais trouxe um crescimento de 26%.
Então, o que explica a recente queda nas ações da empresa? Os investidores devem se preocupar ou os fundamentos da companhia estão mantidos?
Bull case: a tese de alta
A diversificação, inovação e resultados sólidos da companhia foram elogiados por todos os analistas consultados. Luis Moran, Co-Head da EQI Research, acredita que a empresa se beneficia da grande variedade de mercados. “Isso dá para ela também uma grande diversidade de moedas, o que tem sido uma constante histórica e ela está envolvida em mercados com taxa de crescimento elevada”.
Para Fernando Ferrer, analista da Empiricus, o balanço veio acima da expectativa do mercado, com aumento da eficiência. “Isso fez com que a WEG conseguisse reduzir o percentual de despesa administrativa por receita líquida”, reforça.
Lucas Laghi, analista da XP, aponta que o grande destaque no terceiro trimestre deste ano foi a geração, transmissão e distribuição de energia. “Crescendo bastante a receita no mercado doméstico, justamente refletindo essa carteira de ciclo longo construída nos últimos anos”, detalha.
Bear case: a tese de baixa
A execução do processo produtivo foi um possível risco apontado por Moran. “Ela tem um processo produto verticalmente integrado, que começa na produção dos componentes e vai até a entrega dos produtos acabados e por isso ela consegue manobrar muito bem as eventuais dificuldades do mercado”.
Para o analista da XP, o principal risco para a companhia é a desaceleração da economia global. Em contrapartida, Ferrer, da Empiricus, acredita que o ponto de risco para a tese é o valuation da companhia. “Ela negocia a um valuation esticado. Eventualmente uma incapacidade de entregar o que o mercado está esperando em termos de crescimento vai fazer com que as ações dela sejam reprecificadas”, completa.
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