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Por qual motivo o Brasil ganha de “WO” de outros emergentes, segundo o Itaú BBA

Publicado 04.12.2023, 16:17
Atualizado 05.12.2023, 07:30
© Itaú BBA
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Investing.com – O fluxo de capital estrangeiro tem sido um propulsor da bolsa de valores brasileira no último mês e o investidor externo deve continuar a olhar o país com “mais carinho”. É o que pensa Daniel Gewehr, chefe de estratégia de ações para Brasil do Itaú BBA, que falou com exclusividade em entrevista ao Investing.com Brasil. Na opinião do especialista, o Brasil “ganha por WO” de outros emergentes, tendo em vista problemas geopolíticos de muitos destes.

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“No curto prazo, o estrangeiro está mais otimista que o que o investidor doméstico”, compara.

O Itaú BBA não revisou o target deste ano formalmente, que está em 128 mil pontos, apenas adequando o do ano que vem, em 145 mil pontos, mas Geweh acredita que o Ibovespa pode atingir recorde histórico neste ano diante de um valuation atrativo, melhora na tendência de lucros e adequação das Treasuries americanas.

Investing.com – O Ibovespa poderia atingir recorde histórico ainda neste ano?

Daniel Gewehr – Nosso target de 2024 é de 145 mil pontos, mas tentando trazer aqui para o curto prazo, estamos com uma cabeça positiva do mercado. Eu estava em road show na Europa com 30 investidores de mercados emergentes e o indicativo foi de que a bolsa brasileira está muito atraente em valuation. Mesmo após essa alta em termos consolidados, ela negocia cerca de oito vezes lucro. Isso é um desconto de 20% para o histórico. O mundo negocia com quase 0% de desconto para o histórico. Em termos absolutos, ela é barata.

Além disso, teve a terceira temporada de resultados agora e parece que a gente está chegando em um turning point, numa virada de lucros. O lucro estava caindo ano contra ano. Ele continua caindo no acumulado do ano, se pegar os nove meses versus os do ano passado, mas agora no terceiro trimestre, se eu tiro Petrobras (BVMF:PETR4) e Vale (BVMF:VALE3), a parte mais doméstica da economia meio que estabilizou. Quando você olha para frente, o investidor de mercados emergentes gosta de comprar crescimento. A gente acha que o lucro pode crescer duplo dígito em 2024 e o quarto trimestre indo nessa direção, já aponta um leve crescimento de lucro, a gente espera 12% de crescimento. Então a tendência de lucro está melhorando. Outra coisa que é importante olhar é revisão de lucro dos analistas.

Inv.com – Como o investidor internacional vem enxergando o Brasil?

Gewehr – O fluxo de bolsa está sendo um dos melhores aqui dos últimos dois anos nesse último mês, especificamente. Fazendo o link com roadshow que eu fiz na Europa, então a gente visitou 30 contas de investidores institucionais de mercados emergentes e a percepção desse investidor é de que, como eles estão um pouco negativos com a situação geopolítica da China, os outros têm um benefício. Então você vê a Índia sendo beneficiada, você vê sudeste asiático sendo beneficiado, você vê a América Latina, tanto o México quanto o Brasil, sendo beneficiado. Então eu acho que o Brasil ganha por WO, recebendo esse fluxo porque agora.

O principal custo do mundo é a Treasury. Se ganhar mais de 5% em dólar, todo mundo fica reticente de procurar risco. Como bateu três semanas atrás, a Treasury começou a cair, as pessoas estão mais confortáveis em voltar a investir em ativos de risco. Então a gente acha que o estrangeiro vai olhar com mais carinho para o Brasil e isso está refletindo nestas últimas semanas. Avalio que, no curto prazo, o estrangeiro está mais otimista que o que o investidor doméstico.

Inv.com – Por qual motivo?

Gewehr – O Brasil é um país que tem um juro real alto, e agora tem essa tendência de queda de juros. Antes, os investidores não acreditavam tanto nessa queda. Agora, acreditamos que a gente deve chegar em 9,5% de Selic terminal. Algo entre 9 e 10% já é bom para o mercado de ações brasileiras. Com valuation atraente, tendência de lucro melhorando e Fed parando um pouco, com investidor mais negativo com China, querendo realocar, o que vem para emerging markets tende ao Brasil.

Inv.com – Neste cenário, quais setores podem ser beneficiados?

Gewehr – Considerando quais são as ações cíclicas domésticas, despontam basicamente três setores: transportes, de bancos/financeiras, além do setor de consumo. Desses três, gostamos mais de transportes e bancos/financeiras, que estamos overweight. No consumo, a gente gosta de maneira seletiva porque é um setor que em qualquer economia do mundo, quando o juro cai, o pessoal chama de investment clocks, você vai girando o reloginho dos investimentos e o setor de consumo deveria ser um dos grandes beneficiados.

Mas aqui você tem um risco de curto prazo, que é a questão tributária, que esse é o setor de margem um pouco mais baixa, então taxação impacta mais o lucro dessas empresas. Mas, dito isso, as empresas que eu mais recebi demanda no nosso road show foram Localiza (BVMF:RENT3) e Lojas Renner (BVMF:LREN3), são duas empresas que a gente tem no nosso portfólio.

A gente também gosta de cíclicos de qualidade. Um tema que gostamos é de bond broxy, são as empresas de infraestrutura no Brasil, o setor de elétrico, setor de saneamento, setor de portos e o que não é infra mais entra é o setor de shoppings. O investidor que está mais conservador, quer entrar na bolsa, mas tem medo dessa volatilidade, eu recomendo entrar por esse tema que é o setor de ações atreladas a taxa de juros.Esse é um tema que os locais gostam mais, os estrangeiros gostam um pouco menos de setor regulado.

Um papel que um papel mais consensual lá na Europa é Mercado Livre (NASDAQ:MELI). Não tenho no portfólio, nosso time de varejo gosta de Mercado Livre, mas ele é mais cético às empresas de e-commerce brasileiras por causa dessa competição de Mercado Livre e a Amazon (NASDAQ:AMZN).

A gente gosta de Equatorial (BVMF:EQTL3) e Sabesp (BVMF:SBSP3), são nomes que é um call de carrego, a Sabesp é um call de evento potencial de privatização com melhora operacional. Do varejo, nossas preferências são Localiza e Vivara (BVMF:VIVA3), e temos também Renner no portfólio. A Renner é uma ação líquida, que quando o estrangeiro vem para o Brasil, a primeira leva, ele quer comprar ações com alta liquidez.

Tem outra empresa que a gente gosta é GPS, que é serviços, é menos exposta ao macro diretamente, mas ela é uma tese de as empresas focando no core business e terceirizando atividades não core, limpeza, segurança, manutenção. Essa é uma empresa que se beneficia dessa tendência secular.

Do setor de commodities, o setor mais demandado foi o de minério, com muita pergunta de Vale. O investidor estava pouco alocado, mas sazonalmente, o preço do minério do primeiro tri, quarto tri, ele é mais forte, com menos produção, tem a questão climática na Ásia e Oceania, e teve um estímulo agora da China tentando reacelerar o PIB com estímulos em infraestrutura e construção. Então Vale é uma beneficiária indireta de curto prazo desse estímulo chinês. A gente tem Vale no portfólio, não é a minha ação preferida, mas é uma empresa que eu acho que tem um momento bom de curto prazo.

Petróleo foi um call consensual. As ações geram muito caixa, nossa preferida é Prio, que gera quase 18% de free cash flow yield para 2024. Isso por volta um pedaço em dividendos e em potencial recompra de ações. A gente tem Suzano (BVMF:SUZB3) aqui no portfólio também, que é mais como se fosse um hedge.

Outro tema legal secularmente, a força do Brasil também, é agribusiness, temos posição em Randon (BVMF:RAPT4), que é uma empresa de valor, que produz implementos rodoviários e peças para caminhões e a gente tem posição em Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), que tem um valuation bem atraente.

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