Por VarunVyas Hebbalalu e Dhanya Skariachan
BENGALURU, Índia (Reuters) - A polícia deteve manifestantes nesta terça-feira em Bengaluru, o centro tecnológico da Índia, depois que um deles tentou cometer suicídio e outro ficou ferido durante uma manifestação contra o compartilhamento da água de um rio que passa por dois Estados, segundo a imprensa e as autoridades.
Grupos de agricultores convocaram o protesto, que forçou os funcionários de multinacionais como Walmart (NYSE:WMT) e Google, da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), a trabalhar de casa.
Em um local de protesto chamado Freedom Park, um manifestante tentou cometer suicídio e outro fazendeiro ficou ferido, segundo um canal de notícias nacional, e a polícia deteve outros.
Anteriormente, a autoridade policial K. Santosh Babu disse que haviam sido impostas ordens de emergência.
Escolas e faculdades foram fechadas em Bengaluru, capital do Estado de Karnataka, no sul do país, que abriga mais de 3.500 empresas de tecnologia.
No entanto, alguns agricultores prometeram manter os protestos e ampliá-los em todo o Estado nesta semana.
"Posso derramar meu sangue, mas não quero dar água a Tamil Nadu", disse o manifestante Ravi Mallikarjuna.
Agricultores e políticos de Karnataka e do Estado vizinho de Tamil Nadu estão travados há décadas em uma disputa legal sobre o compartilhamento das águas do rio Kaveri.
Recentemente, a Suprema Corte ordenou a liberação de água de Karnataka para Tamil Nadu por 15 dias a partir de 13 de setembro, mas as autoridades estaduais disseram que não poderiam cumprir a ordem, pois precisavam primeiro atender às necessidades das famílias e dos agricultores do Estado.
O atraso provocou pequenas manifestações perto de uma estação ferroviária em Tamil Nadu.
O rio Kaveri nasce na região de Talakaveri, em Karnataka, e flui através de Tamil Nadu até a Baía de Bengala.
Alguns ambientalistas pediram uma auditoria do rio para ajudar a encerrar a disputa, em meio à escassez de água em ambos os Estados causada pela mudança nos padrões de chuva.