SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda de 1 por cento nesta sexta-feira, descolado de praças acionárias no exterior, tendo Petrobras entre as maiores pressões de baixa na esteira do recuo do petróleo e refletindo posições mais cautelosas antes de fim de semana prolongado no Brasil pelo Carnaval.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,03 por cento, a 94.603,75 pontos. O volume financeiro somou 13,44 bilhões de reais.
Na semana, acumulou declínio de 3,35 por cento.
"A bolsa segue enfraquecida por um certo desânimo com o andamento da reforma da Previdência", observou o gestor Marco Tulli, da mesa de Bovespa da corretora Coinvalores. "As declarações recentes do presidente, a perspectiva de prorrogação no prazo de tramitação, tudo reduz o apetite de investidores."
Na expectativa de algum progresso da reforma, estrategistas preferiram adotar um tom mais conservador em portfólios para março, uma vez que veem o processo adicionando volatilidade e incerteza da direção do Ibovespa, embora sigam otimistas no curto e médio prazos.
Fevereiro encerrou com o Ibovespa em queda de 1,86 por cento, em mês marcado por saída líquida de estrangeiros do segmento Bovespa, de 1,77 bilhão de reais até o dia 27.
No exterior, o ânimo desta sexta-feira encontrou suporte em expectativas positivas sobre as negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China e números melhores sobre a economia chinesa. Em Wall Street, o S&P 500 subiu 0,69 por cento, em movimento alinhado a pregões na Europa e Ásia.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caiu 1,33 por cento e PETROBRAS ON (SA:PETR3) recuou 2,21 por cento, tendo como pano de fundo a queda dos preços do petróleo no exterior, além de contínua repecussão dos números da empresa sobre o último trimestre de 2018 e perspectivas à frente, bem como definições sobre o leilão de excedentes da cessão onerosa.
- VALE (SA:VALE3) encerrou com decréscimo de 0,76 por cento, tendo no radar que autoridades brasileiras investigarão a companhia sobre a possibilidade de corrupção em questões relacionadas à segurança da barragem que colapsou em Brumadinho (MG), podendo resultar em multa de até 20 por cento da receita bruta da mineradora de 2018. As ações chegaram a cair mais de 5 por cento após a divulgação das investigações pela Bloomberg, que foram confirmadas depois pelo governo.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) recuou 1,66 por cento, também pesando do lado negativo, assim como ITAÚ UNIBANCO PN, que fechou em baixa de 1,05 por cento. BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) destoou e encerrou com valorização de 1,4 por cento.
- MRV (SA:MRVE3) avançou 2,13 por cento, entre os destaques positivos, após divulgar balanço trimestral e planos de ampliar os lançamentos em 2019, além de manter um crescimento de dois dígitos nas receitas.
- JBS (SA:JBSS3) encerrou com acréscimo de 5,14 por cento, em sessão positiva para o setor de carnes, com MARFRIG (SA:MRFG3) em alta de 1,64 por cento, além da valorização do dólar frente ao real.
- ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) e ELETROBRAS ON (SA:ELET3) cederam 3,80 e 3,62 por cento, respectivamente, após notícia da venda pela estatal de sua distribuidora de eletricidade Amazonas Energia para um consórcio formado pela empresa de geração Oliveira Energia e pelo grupo de combustíveis Atem's, a ser analisada pelo tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
- B3 caiu 2,78 por cento, entre as maiores quedas, no terceiro pregão de baixa, após fechar na máxima histórica no começo da semana, a 33,85 reais. Dados disponibilizados pela B3 mostraram que o volume financeiro médio diário no segmento Bovespa somou 16,97 bilhões de reais em fevereiro, um acréscimo de 0,7 por cento ante mês anterior. [nL1N20O0R9]
(Por Paula Arend Laier)