SÃO PAULO (Reuters) -A Raízen (BVMF:RAIZ4), maior produtora global de açúcar e etanol de cana, conta com capacidade ociosa para expandir sua produção e está focando nesse crescimento orgânico, mas segue atenta a oportunidades que surjam no mercado para aquisições e fusões, disse o CEO da companhia, Ricardo Mussa, nesta sexta-feira.
O comentário aconteceu após ele ter sido indagado em conferência de resultados especificamente sobre notícias relacionadas ao possível interesse da companhia na aquisição da BP Bunge (NYSE:BG) Bioenergia, a terceira maior processadora de cana do mundo.
Mussa destacou que a Raízen tem o equivalente a "uma BP Bunge dentro da companhia em capacidade ociosa para crescer, e este é o nosso principal foco".
"Mas nunca descartamos qualquer negócio se for o preço certo, a sinergia certa, e é isso que podemos compartilhar agora", acrescentou.
A Raízen tem capacidade de moagem de 106 milhões de toneladas de cana ao ano, enquanto a BP Bunge, com 11 unidades produtoras, possui capacidade para 33 milhões de toneladas.
As oportunidades de expansão analisadas também consideram a possibilidade de aumento da oferta de biomassa, "para nossa operação de E2G (etanol de segunda geração) que está crescendo rapidamente", disse o executivo.
Segundo Mussa, é preciso olhar oportunidades não apenas com visão de curto prazo, mas também para um horizonte mais longo, que incluem o etanol de segunda geração e o biogás (produzido a partir de resíduos do processo industrial sucroalcooleiro).
Ele acrescentou ainda que a companhia vai olhar com rigor as opções do mercado para fusões e aquisições, especialmente após ter concluído a compra da gigante Biosev (BVMF:BSEV3) no ano passado, mas ressaltou que a empresa sempre estará atenta "a oportunidades que possam trazer sinergias".
A Bunge reiterou nesta semana que vem tentando desinvestir na operação de produção de açúcar e etanol que tem com a BP, ressaltando que "continua avaliando opções para sair de nossa participação em nossa joint venture...". A BP se recusou a comentar sobre a possível negociação.
(Por Roberto Samora; edição de Rafaella Barros)