SÃO PAULO (Reuters) - Um salto nas receitas com tarifas e serviços ditou leve alta do lucro do Itaú Unibanco (SA:ITUB4) no quarto trimestre, enquanto o crédito seguiu evoluindo lentamente, mas a instituição previu um aumento de até dois dígitos de seus empréstimos em 2019.
O maior banco privado do país anunciou nesta segunda-feira que seu lucro recorrente no período somou 6,48 bilhões de reais, um aumento de 3,15 por cento ante mesma etapa de 2017. Na base sequencial, a alta foi de 0,4 por cento.
"O principal destaque positivo foi o crescimento de 6,5 por cento (sobre o trimestre anterior) da receita de prestação de serviços principalmente em função das receitas de banco de investimento, de administração de fundos e de cartões de crédito", afirmou o banco. O montante nessa linha atingiu 9,19 bilhões de reais, também subindo 4,8 por cento ano a ano.
No fim de 2018 a carteira de crédito do Itaú Unibanco, incluindo garantias financeiras e títulos privados, somava 636,9 bilhões de reais, apenas 0,1 por cento maior em três meses, e 6,1 por cento mais alta ante o final do ano anterior.
Como o incremento foi liderado pelas operações mais lucrativas, como de cartão de crédito, e de veículos, o banco também teve um aumento sequencial de 0,5 por cento da margem financeira com clientes. Isso amenizou a queda de 8,5 por cento da margem com o mercado --as operações de tesouraria.
Além disso, o Itaú Unibanco conseguiu manter a qualidade da sua carteira de empréstimos, com o índice de inadimplência acima de 90 dias se mantendo nos 2,9 por cento do trimestre anterior, número 0,2 ponto percentual menor do que um ano antes.
Com isso, o chamado custo do crédito --a despesa com provisões para perdas com calotes, menos a recuperação de crédito-- caiu 19,8 por cento ano a ano, para 3,41 bilhões de reais. Esse montante, porém, foi 4,7 por cento maior na base sequencial, devido a um forte aumento no impairment, o ajuste do valor de títulos de grandes empresas detidos pelo banco.
No conjunto, o Itaú Unibanco teve no quarto trimestre um retorno sobre o patrimônio líquido de 21,8 por cento. O indicador, que mostra como um banco remunera o capital de seus acionistas, ficou praticamente estável no comparativo anual, mas subiu 0,5 ponto contra o trimestre anterior.
2019
Para 2019, o banco previu alta de 8 a 11 por cento de sua carteira de crédito total, o que pode elevar sua margem financeira com cliente na faixa de 9,5 a 12,5 por cento.
Em contrapartida, a aceleração dos empréstimos terá como consequência uma aceleração do custo do crédito para o intervalo de 14,5 bilhões a 17,5 bilhões de reais, após ter batido em 14,1 bilhões no ano passado.
(Por Aluísio Alves)