Reino Unido pode obrigar Google alterar classificações de busca e oferecer alternativas

Publicado 24.06.2025, 10:00
Atualizado 24.06.2025, 10:05
© Reuters.

Por Paul Sandle

LONDRES (Reuters) - O órgão regulador da concorrência no Reino Unido disse que pode forçar o Google (NASDAQ:GOOGL) a classificar as empresas de forma mais justa nos resultados de busca e oferecer serviços alternativos aos usuários, marcando o primeiro uso de poderes ampliados para supervisionar as maiores empresas de tecnologia do mundo.

A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) está propondo designar o Google com "status de mercado estratégico", o que permitirá ao órgão ter mais poder para intervir nos serviços.

Se confirmada em outubro, a designação pode obrigar o Google a aumentar a transparência para os editores de conteúdo, simplificar o acesso a serviços de busca rivais, incluindo assistentes de inteligência artificial, e facilitar a portabilidade de dados para os concorrentes.

O Google alertou que uma "regulamentação punitiva" poderia impedi-lo de trazer novos recursos e serviços para a Reino Unido e descreveu o escopo das considerações da CMA como "amplo e sem foco".

"Uma regulamentação proporcional e baseada em evidências será essencial para evitar que o roteiro da CMA se torne um obstáculo ao crescimento no Reino Unido", disse Oliver Bethell, diretor sênior de concorrência do Google.

Sarah Cardell, diretora executiva da CMA, disse que o Google, que responde por mais de 90% das buscas online no Reino Unido, proporcionou enormes benefícios, mas o órgão regulador encontrou maneiras de tornar os mercados mais competitivos e inovadores.

"Essas ações direcionadas e proporcionais dariam às empresas e aos consumidores do Reino Unido mais opções e controle sobre a forma como interagem com os serviços de busca do Google, além de abrir mais oportunidades de inovação no setor de tecnologia e na economia em geral do Reino Unido", disse ela.

A CMA, que ganhou destaque global quando o Reino Unido deixou a União Europeia, tem como objetivo usar seu poder ampliado para controlar o poder dos gigantes da tecnologia, como Google, Apple (NASDAQ:AAPL), Meta e Microsoft (NASDAQ:MSFT), sem sufocar o investimento ou o crescimento.

A abordagem direcionada do CMA contrasta com a aplicação mais ampla das regulamentações digitais da UE, já que a Reino Unido procura equilibrar a contenção do domínio dos gigantes da tecnologia com a promoção do crescimento econômico pós-Brexit.

NOVOS PODERES

Cardell disse que a CMA havia estabelecido um roteiro de mudanças que a empresa poderia fazer antes de uma decisão final em outubro.

O Google disse na terça-feira que a designação de SMS da CMA não implica em comportamentos anticompetitivos, mas que apresenta desafios claros para áreas críticas de seus negócios no Reino Unido.

O desenvolvimento e a adoção da IA generativa têm o potencial de derrubar o mercado de buscas que o Google domina. A CMA disse que o Google já está incorporando recursos de IA generativa em seus produtos de busca e desenvolvendo seu próprio assistente, o Gemini.

A CMA disse que planeja outras ações para tratar de questões mais complexas, a partir de 2026, como preocupações sobre o tratamento dado pelo Google a empresas de busca especializadas rivais e transparência e controle na publicidade em buscas.

A segunda investigação do órgão regulador sobre sistemas operacionais móveis, sob seus novos poderes, também tem como alvo Google e Apple. A CMA pode impor multas por não conformidade e tem poderes de aplicação direta.

O Google tem sido submetido a uma crescente fiscalização regulatória nos Estados Unidos e na União Europeia, abrangendo práticas da empresa nos mercados de busca, publicidade, IA e plataforma digital.

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