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Resumo da semana: Governo mostra força e garante vitórias no Congresso

Publicado 03.06.2016, 18:15
© Reuters.  Resumo da semana: Governo mostra força e garante vitórias no Congresso
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Investing.com - O governo interino de Michel Temer conseguiu nesta semana assegurar uma importante vitória no Congresso Nacional com a aprovação da DRU, dias após o primeiro teste bem-sucedido do governo com a aprovação da meta fiscal de um rombo de R$ 170,5 bilhões. A sucessão de vitórias anima os investidores e aumentam as apostas de que o governo será capaz de enfrentar batalhas mais duras como as reformas da previdência e trabalhista e um possível retorno da CPMF.

A semana, contudo, não foi fácil para o governo que teve seu segundo ministro demitido com o vazamento de áudios de conversas gravadas pelo ex-senador e ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado. Após a queda de Romero Jucá na semana passada, foi a vez do ministro da Transparência (ex-CGU), Fabiano Silveira, deixar o cargo depois de ser flagrado criticando a Lava Jato e orientando a defesa de Renan Calheiros.

Além de Sergio Machado, o governo também mantém o olho nos possíveis estragos de que uma delação premiada dos executivos da Odebrecht e da OAS podem provocar. As empreiteiras estão mais próximas de fechar acordo com o MPF para iniciar os depoimentos sobre políticos para desvendar os casos de corrupção.

No Congresso, a aprovação da DRU veio com uma pesada contrapartida de aprovação de reajustes para diversas categorias do funcionalismo público, com gasto nos próximos anos é da casa das dezenas de bilhões de reais. Também do Congresso veio para o governo um alerta de que senadores poderiam estar mudando seu voto o que poderia indicar uma vitória presidente afastada Dilma Rousseff na votação do impeachment, cenário descartado pelo governo.

O governo seguiu tomando forma com a posse de novos executivos, entre eles, o presidente da Petrobras (SA:PETR4), Pedro Parente; presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos; presidente da Caixa, Gilberto Occhi; secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi; e o secretário-executivo da Fazenda, Eduardo Guardia.

Na economia, a queda de 0,3% do PIB do primeiro trimestre provocou dúvidas nos analistas se o Brasil bateu no fundo do poço e inicia uma recuperação ou se ainda há mais retração pela frente. O resultado veio melhor do que a previsão do mercado de 0,8% e alguns itens mostram alguma recuperação.

No cenário externo, a Opep não chegou a um acordo em sua reunião anual e a geração de emprego nos EUA caiu fortemente, o que aumentam as apostas de que o Fed não elevará os juros em sua próxima reunião.

Bovespa. A bolsa retornou aos 50 mil pontos com ganhos de 3,2% de segunda-feira a sexta-feira, após duas semanas negativas. Os destaques da semana vieram da Estácio (SA:ESTC3) e Kroton (SA:KROT3), após anúncio desta que poderá fazer uma oferta para aquisição. As ações subiram 20,8% e 18,4%, respectivamente.

Dólar. A moeda norte-americana cedeu 2% e fechou a semana negociada a R$ 3,53 com a expectativa de que o aumento das taxas de juros dos EUA pode demorar mais para ocorrer.

Petrobras. Pedro Parente assumiu a companhia no lugar de Aldemir Bendine anunciando apoio à revisão da lei da partilha e a garantia de que a decisão dos preços dos combustíveis será pela ótica empresaria. As ações da companhia subiram 4% na semana. Parente também descartou uma possível capitalização e apoiou o desenvolvimento de projetos em parceria.

Bradesco (SA:BBDC4). O banco foi arrastado para o centro da Operação Zelotes com o pedido de indiciamento de seu presidente, Luiz Carlos Trabuco, que, segundo a Polícia Federal, tinha conhecimento do pagamento de propina para obter vantagens no Carf. O banco nega envolvimento no caso. A ação chegou a despencar 5% na terça-feira, mas recuperou terrenos nos dias seguintes e fechou estável.

Restoque e Inbrand. As empresas anunciaram que negociam uma fusão. Restoque é dona das marcas Le Lis Blanc (SA:LLIS3), Bo.Bô., John, Rosa Chá e Dudalina, enquanto a Inbrands controla a Ellus, Richards, Salinas e Alexandre Hercovitch.

Suzano (SA:SUZB5). A empresa de celulose enfrentou um incêndio de grandes proporções em seu centro de distribuição em Mogi das Cruzes (SP). A Suzano minimizou os impactos e informou que apenas seu estoque foi perdido, mas os equipamentos e máquinas não foram afetados. Na semana, a companhia registrou o pior desempenho da semana com queda de 6,3%, especialmente pela desvalorização do dólar que também afetou as demais exportadoras.

Vale (SA:VALE5). A mineradora foi um destaque positivo na semana com ganhos de 10,8% nas ações PN e de 13,6% nas ON. A empresa iniciou os primeiros testes em seu megaprojeto S11D em Carajás e concluiu a venda por valor simbólico da CSA para a ThyssenKrupp.

Usiminas (SA:USIM5). A siderúrgica segue enfrentando uma disputa entre seus sócios Nippon Steel e Ternium. Na semana, a notícia de que a japonesa preparava conversas para cindir a empresa foi descartada.

Embraer (SA:EMBR3). A empresa encerrou a produção de jatos Legacy na China.

Commodities

Petróleo. A commodity fechou em queda negociada a US$ 48,80 após oscilar bastante com os eventos da semana. A Opep se reuniu e não chegou a uma nova política de produção, aumentando o pessimismo do mercado. Os dados norte-americanos, contudo, animaram os traders com queda nos estoques a na produção, contribuindo para um equilíbrio maior entre oferta e demanda. A produção brasileira ficou em 2,29 milhões de barris/dia, queda de 4,3% em relação a abril de 2015.

Milho. A colheita está adiantada em relação a 2015 no Mato Grosso, mas o clima prejudicou a safra. A alta do preço do insumo utilizado para alimentação animal dificulta a pecuária. As exportações devem ficar 7 milhões de toneladas abaixo do previsto.

Soja. Abiove prevê exportação de 54,6 milhões de toneladas neste ano, ante estimativa de 55,3 milhões de toneladas divulgada anteriormente.

Indicadores

PIB Brasil. O produto interno bruto retraiu 0,3% no primeiro trimestre, resultado acima das previsões do mercado.

Produção Industrial. O resultado da indústria também surpreendeu e registrou alta de 0,1% em abril.

Desemprego. A PNAD Contínua do IBGE aponta para desemprego de 11,2% no trimestre encerrado em abril.

Superávit. Com R$ 10,182 bilhões, o superávit de abril foi o pior em 12 anos.

Balança comercial. O saldo ficou em US$ 6,437 bilhões em maio, melhor resultado para o mês desde maio de 1989.

Inflação. O IGP-M acelerou para 0,82% em maio. IPC-Fipe subiu 0,57% em maio.

Payroll. A geração de empregos dos EUA decepcionou e veio com a criação de 38 mil vagas, contra previsões de 164 mil.

BCE. O Banco Central Europeu manteve os juros em 0% de olho na inflação baixa que ameaça a economia europeia.

PIB. Colômbia cresceu 2,5%. Coreia do Sul avançou 0,5%. Suíça cresceu 0,1%. França surpreende com alta de 0,6%. Suécia cresceu 0,5%, Áustria avançou 0,5%. Grécia registrou recessão de 1,4%.

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