WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, pode ser forçado a adiar uma alta de juros na reunião de junho devido à crescente preocupação com as consequências econômicas da votação sobre a possibilidade de a Grã-Bretanha deixar a União Europeia.
A reunião do Fed de 14 e 15 de junho será uma semana antes da votação britânica, em 23 de junho. Um voto por "sair" deve trazer instabilidade aos mercados financeiros, causar ampliação dos spreads e disparar uma corrida para ativos seguros e impulsionar o dólar.
A recente estabilidade do dólar é uma das razões de o Fed ter se tornado mais confortável com aumento de juros e membros do BC norte-americano podem querer deixar passar a ameaça da saída da Grã-Bretanha antes de apertar a política monetária.
Na quinta-feira, o diretor do Fed Daniel Tarullo juntou-se ao coro dos que alertam sobre as preocupações com a votação britânica, dizendo à Bloomberg que uma saída da União Europeia seria um "fator" que ele consideraria na reunião de política monetária de junho e que o impacto da votação nos mercados seria chave.
A pesquisa mais recente mostra que os britânicos estão divididos sobre a saída ou permanência na UE.
OBSTÁCULOS
A votação na Grã-Bretanha é apenas um dos obstáculos para o difícil processo do Fed para normalizar a política monetária.
Em 2014, a queda nos preços do petróleo e uma rápida valorização do dólar pressionou as exportações dos EUA e derrubou a inflação norte-americana.
No ano passado, uma desaceleração surpreendente da economia da China, aliada uma inquietação na Europa e Japão, disparou turbulência no mercado global e preocupações mais amplas sobre recessão global.
Um relatório do governo norte-americano divulgado nesta sexta-feira mostrando que o crescimento da criação de empregos desacelerou fortemente em maio jogou mais dúvidas sobre o ímpeto da economia, com operadores agora apostando que o Fed vai adiar a alta de juros até setembro. [nL1N18V0L8]
((Tradução Redação São Paulo, 5511 5644-7727)) REUTERS FB RBS