Investing.com - Os investidores reduziram nesta semana as expectativas em relação à velocidade do aumento de taxas de juros nos Estados Unidos. As previsões agora consideram que o Fed poderá elevar os juros norte-americanos somente uma vez neste ano, contra as quatro projetadas anteriormente.
A reversão da tendência ocorreu após seguidos dados negativos dos mercados internacionais desde a reunião do banco em dezembro, o que fez com que os diretores passassem a adotar um discurso mais dovish. Os dados da economia norte-americana também vieram mais fracos, com a criação de criação de somente 151 mil postos de trabalho em janeiro, frente aos 190 mil previstos.
A percepção de que os juros dos EUA demorarão mais a subir e a fala do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, interpretada pelos investidores como um novo pacote de estímulos à economia poderá ser anunciado em breve, fez com o dólar caísse e as commodities se valorizassem.
No Brasil, esse movimento fez com que a bolsa brasileira caminhasse para uma alta a partir de quarta-feira (3/2). No dia seguinte, as principais ações da bolsa dispararam e a Vale chegou a subir 17% e Petrobras, 12%.
Dólar. A moeda caiu cerca de 2% frente ao real, passando a operar na casa dos R$ 3,90.
Petrobras. A companhia enfrentou um noticiário negativo com a decisão de juiz nos EUA que autorizou ações coletivas contra a petroleira por perdas causadas por corrupção e má gestão. A Petrobras deverá recorrer. A S&P manteve o rating da empresa em BB (SA:BBAS3) com perspectiva negativa.
As fortes altas de quarta-feira e quinta-feira não foram capazes de manter a ação no positivo e a ação preferencial (SA:PETR4) encerrou a semana perdendo 5%.
Vale. A companhia (SA:VALE5) surfou na valorização do minério de ferro nesta semana e acumulou alta de 7,5% pela a segunda semana consecutiva. A empresa desistiu de joint venture com a canadense Southern Arc em um projeto de ouro e cobre na Indonésia.
Itaú. O banco anunciou lucro recorde de R$ 23,3 bilhões em 2015, mas previu um cenário negativo para este ano, com redução na carteira de crédito e aumento na inadimplência.
Bradesco. As ações (SA:BBDC4) do banco se valorizaram com o anúncio do cancelamento da emissão de novas ações em operação de capitalização de R$ 3 bilhões. Os papéis BBDC4 ganharam 8,5%.
Gol. A aérea disparou nas bolsas com o resultado do quarto trimestre de 2015, com elevação da receita líquida por passageiro. As ações (SA:GOLL4) chegaram a subir 50% na segunda-feira. Até sexta-feira, a valorização foi de 43% sobre ganhos de 32% na semana passada.
Política
CPMF. O Congresso Nacional voltou do recesso e na cerimônia de abertura de trabalhos a presidente Dilma Rousseff discursou defendendo a CPMF e a reforma da previdência. O governo estuda ainda adotar uma banda para o superávit primário.
Nesta semana, o governo também anunciou aumento de impostos sobre chocolate, cigarro e sorvete.
Commodities
Petróleo. A cotação da commodity perdeu força nesta semana com a descrença sobre acordo entre a Rússia e a Opep para cortar a produção. O barril desvalorizou 6,5% e opera na casa dos US$ 31,50. A produção de petróleo no Brasil cresceu 8% em 2015.
Ouro. Com a fraqueza do dólar, o metal ganhou força e fechou a semana com valorização de 3,8%, na alta de três meses.
Aço. A China anunciou que planeja cortar a produção de aço de 100 a 150 milhões de toneladas. A notícia provocou a valorização das siderúrgicas nacionais e puxaram o Índice de Materiais Básicos (IMAT) para o positivo, apesar da queda das empresas de papel e celulose, que cederam com a valorização do real.
Energia. O governo desligará parte das térmicas e a bandeira tarifária passará a ser amarela a partir de março, reduzindo o preço da energia. O consumo caiu 5,7% em janeiro com o clima mais ameno.
Café. Terra Forte estima que a safra 2016/17 de café deverá ser de 51,2 milhões de sacas, alta de 14,6%.
Soja. A Conab reviu para 100,9 milhões de t a previsão da safra de soja deste ano. Informa reduziu para 100,5 mi de t. Lanworth diminuiu para 103,3 mi de t.
Indicadores
Produção Industrial. Em 2015, as indústrias reduziram em 8,3% sua produção, pior resultado histórico.
Inflação. O IPCA de janeiro surpreendeu e veio 1,27%. O IGP-DI subiu para 1,53% no mês passado. IPC-S foi a 1,78%.
Poupança. O saque superou os depósitos em R$ 12,032 bilhões em janeiro.
Automóveis. As montadoras preveem novos cortes de produção após os fracos dados de janeiro.