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Retrospectiva 2022: confira o que ocorreu de mais importante no mercado este ano

Publicado 23.12.2022, 07:16
Atualizado 23.12.2022, 15:40
© Investing.com

Por Liz Moyer, Peter Nurse, Scott Kanowsky e Yasin Ebrahim

Investing.com – O ano está prestes a terminar com um gosto amargo para quem estava esperando um rali de Natal. As preocupações com uma possível recessão no ano-novo estão pesando sobre as ações de crescimento, aumentando ainda mais o pessimismo.

À medida que os mercados se preparam para um novo ano, apresentamos a seguir tudo o que aconteceu de mais importante em 2022.

Primeiro trimestre: volatilidade nos resultados

Janeiro

Embora 2021 tenha sido marcado por um período de calmaria, após o vaivém da pandemia, este ano começou com muita volatilidade no mercado. O S&P 500 registrou seu pior mês desde o início da pandemia, em 2020. Já o índice Dow Jones se desvalorizou 3,2%, após tocar a máxima recorde na primeira semana do ano. As ações de tecnologia foram as que mais sofreram o impacto da reversão.

Na primeira quinzena do mês, a Microsoft (NASDAQ:MSFT) (BVMF:MSFT34) surpreendeu o mercado ao anunciar um acordo de US$ 68,7 bilhões para adquirir a desenvolvedora de jogos Activision Blizzard (NASDAQ:ATVI) (BVMF:ATVI34), movimento cujo objetivo era expandir sua oferta de games. A iniciativa gerou repercussão, na medida em que a gestora de Warren Buffett, a Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa) (BVMF:BERK34), revelou que estava comprando os papéis da Activision Blizzard no trimestre, como um movimento de arbitragem para a fusão. Por fim, a Comissão Federal de Comércio dos EUA interveio e bloqueou a transação por questões concorrenciais.

Nas semanas seguintes, começou a aumentar a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) aceleraria sua trajetória de aperto monetário no ano, com os analistas estimando inicialmente três elevações de juros e depois aumentando-as para cinco. Até mesmo o Fed iniciou 2022 prevendo três altas de juros.

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No fim do mês, o Fed passou a sinalizar que subiria as taxas a partir da sua reunião de março.

Fevereiro

As ações continuaram pressionadas pelo temor da inflação e pela expectativa de elevação de juros por parte do Fed. O S&P recuou 3% em fevereiro, estendendo as perdas até aquele momento do ano para 8% e entrando em território de correção pela primeira vez desde o início da pandemia. Ao mesmo tempo, o Dow se desvalorizou 3,3%, enquanto o Nasdaq recuou em proporção similar. Ao final do mês, o Nasdaq, com forte peso de tecnologia, acumulava uma perda de 12% no ano.

A primeira culpada a ser apontada foi a inflação, que atingiu em janeiro seu maior patamar desde meados de 1982 em bases anuais.

O setor de energia foi o mais forte no mercado acionário nos dois primeiros meses de 2022, e ganhou ainda mais força após a Rússia iniciar uma guerra contra a vizinha Ucrânia no fim de fevereiro, o que acabou fazendo os preços do petróleo e da gasolina atingir máximas plurianuais, ao lado de commodities alimentícias, como os grãos. O conflito exacerbou os temores de inflação e intensificou ainda mais a volatilidade nos mercados, com o chamado “índice do medo” de Wall Street, o CBOE VIX Volatility Index, subindo mais 21% após disparar 44% em janeiro.

Apesar de a Casa Branca distribuir vacinas, tratamentos e kits de teste contra a Covid-19, os EUA ultrapassaram a triste marca de 900.000 mortes provocadas pela doença em fevereiro desde o início da pandemia.

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Março

As ações tiveram um movimento de alívio em março, com o S&P 500 repicando 3,7%, enquanto o Dow e o Nasdaq subiram 2,5% e 3,5%, respectivamente. Mas o dano já havia sido causado, e o trimestre acabou encerrando com uma queda de mais de 4% para os dois primeiros índices e de 9% para o último, o mais fraco desde o início da pandemia em 2020.

Com a escalada da guerra da Rússia na Ucrânia e a inflação pressionando o governo Biden, a Casa Branca resolveu anunciar um plano para liberar milhões de barris por dia da Reserva Estratégica de Petróleo durante os seis meses seguintes, maior liberação do tipo na história dos EUA. O objetivo era aliviar a restrição de oferta e eventualmente reduzir os preços da gasolina nas bombas, porém a situação continuaria piorando até meados do ano. A Casa Branca também anunciaria uma proibição à importação de petróleo e gás natural liquefeito da Rússia.

O mês e o trimestre também viram a primeira alta de juros do Fed em mais de três anos, com o banco central americano determinado a combater a disparada da inflação. Depois de a taxa referencial permanecer perto de zero para estimular a economia durante a pandemia, o Fed cumpriu sua promessa e elevou os juros em 0,25%. Esse seria o primeiro de vários aumentos de juros no ano.

Segundo trimestre: queda brutal

Abril

Os mercados acionários dos EUA sofreram um duro golpe, com os investidores direcionando seu foco à inflação, bem como à resposta do Fed.

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A inflação anual atingiu 8,5%, nível mais alto desde dezembro de 1981, motivada pelos aumentos dos preços dos combustíveis. Isso levou o Fed a sinalizar um aumento de 50 pontos-base (pb) em maio.

A tensão se espalhou, e o mais atingido foi justamente o Nasdaq, com forte peso de tecnologia. A Netflix (NASDAQ:NFLX) (BVMF:NFLX34) ganhou as manchetes ao cair fortemente, depois de divulgar uma perda líquida de assinantes nos três meses iniciais do ano, primeira vez que isso acontecia desde 2007.

O bilionário Elon Musk anunciou sua proposta de compra da rede social Twitter por US$ 44 bilhões, mas o acordo só viria a ser concretizado meses depois, na esteira de um processo judicial.

As taxas dos títulos do Tesouro americano saltaram, com os mercados prevendo um aumento significativo dos juros. O rendimento de 20 anos superou a marca de 3% pela primeira vez desde março de 2019, enquanto dados mostraram que a economia dos EUA sofreu sua primeira contração desde o segundo trimestre de 2020.

Os preços do barril de petróleo caíram abaixo de US$ 100 depois que os países membros da Agência Internacional de Energia concordaram em utilizar suas reservas de emergência, diante da disparada do gás natural, motivada pela interrupção das remessas da Gazprom (MCX:GAZP), gigante energética da Rússia, para a Polônia e a Bulgária, iniciativa descrita pela União Europeia como “chantagem”.

No noticiário, Emmanuel Macron foi reeleito presidente da França, o número de casos confirmados de Covid-19 superou 500 milhões em todo o mundo, ao mesmo tempo em que a Ucrânia concentrou sua contraofensiva no Donbas, diante do recuo de tropas russas da capital ucraniana, Kiev.

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Maio

As ações estenderam a queda nas primeiras três semanas do mês, com o S&P 500 entrando em “bear market”, ou mercado de baixa, antes de corrigir e encerrar o mês praticamente no zero a zero. A narrativa de aversão ao risco continuou a mesma: preocupação com a inflação, o aperto monetário, a Covid e o prolongamento da guerra no leste europeu.

O Fed manteve sua promessa e aumentou os juros em 50 pb, maior elevação desde 2000 sinalizando que mais altas viriam pela frente.

Os mercados de renda fixa nos EUA encontraram suporte, após a forte alta dos rendimentos nos últimos meses, mas, na Europa, as taxas seguiram em alta diante da inflação na zona do euro, que atingiu a máxima recorde de 8,1%.

O petróleo voltou a empreender alta. O barril do Texas superou US$ 115 quando a UE propôs banir as importações do óleo russo a partir do fim do ano, como forma de punir Moscou por sua agressão contra a Ucrânia.

Isso fez com que o galão de gasolina regular nos EUA saltasse até seu preço médio mais alto já registrado.

No noticiário, as mortes confirmadas por Covid-19 ultrapassaram a marca de um milhão nos EUA. A Suécia e a Finlândia decidiram requerer seu ingresso na Otan. E a Rússia capturou a cidade litorânea de Mariupol na Ucrânia, após um dos mais brutais combates do conflito.

Junho

O tema predominante do mês foi o aperto da política monetária, com os bancos centrais ao redor do mundo tomando medidas contra a alta da inflação.

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O Fed elevou os juros em 75 pontos-base, maior aumento em 28 anos, após a inflação atingir a máxima de 40 anos no país, mas não parou por aí: o BC americano sinalizou que mais altas viriam pela frente, ao mesmo tempo em que os bancos centrais do Canadá, Austrália, Noruega e Suécia também elevaram suas taxas básicas. O Banco Nacional da Suíça subiu as taxas básicas pela primeira vez em 15 anos. O Banco da Inglaterra, por sua vez, elevou os juros em 25 pb, enquanto o BCE encerrou seu programa de flexibilização e indicou que subiria as taxas a partir de julho.

A grande exceção a tudo isso foi o Banco do Japão, que decidiu manter sua política monetária ultra-acomodatícia, o que fez o iene atingir seu menor patamar desde 1998.

As taxas da maioria dos títulos soberanos mundiais subiram, em vista da necessidade de se realizar um agressivo aumento de juros diante da ameaça da inflação. Com isso, as ações se desvalorizaram, e o S&P 500 voltou a ser negociado em “bear market”.

Nos mercados de commodities, os preços do gás europeu dispararam, depois que a Gazprom reduziu o fornecimento do produto à Alemanha pelo gasoduto Nord Stream 1, ameaçando provocar uma escassez de energia e apagões na região.

No noticiário, cinco membros do grupo de extrema direita Proud Boys foram acusados de envolvimento no ataque realizado ao Capitólio no ano passado. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, sobreviveu a um voto de confiança do partido, em meio ao escândalo “Partygate”. E a UE formalmente concedeu à Ucrânia o status de candidata oficial.

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Terceiro trimestre: Recessão? Que recessão?

Julho

Foi divulgado que o Produto Interno Bruto dos EUA teve uma contração de 0,9% no segundo trimestre, o que colocava a maior economia do planeta na chamada “recessão técnica”. Entretanto, a NBER, agência nacional de pesquisa econômica dos EUA, órgão responsável por oficialmente anunciar uma recessão, esquivou-se de utilizar a expressão.

A inflação mundial continuou se intensificando, pressionando os bancos centrais a conter os aumentos dos preços. Mas houve um acaloramento do debate em torno da influência concreta dessas autoridades, devido à natureza de alguns dos principais fatores responsáveis por promover a recente alta da inflação: as restrições nas cadeias de suprimentos e a elevação dos preços de energia.

O Fed elevou as taxas básicas em 75 pb pelo segundo mês consecutivo, mas o presidente da instituição, Jerome Powell, sinalizou que poderia haver uma desaceleração do ritmo de elevações no futuro. Esse afrouxamento (parcial), no entanto, só iria ocorrer em dezembro.

Do outro lado do Atlântico, o BCE enfrentava questões similares, principalmente o impacto da iminente crise energética na economia da Alemanha, a maior da zona do euro. A resposta do BCE foi encarecer o crédito, encerrando seu experimento de nove anos de taxas de juros oficiais negativas.

Já nos mercados cambiais, o medo de que a Europa estivesse prestes a entrar em uma profunda recessão jogou o euro para baixo, perdendo a paridade com o dólar pela primeira vez em quase duas décadas.

Para complicar ainda mais o cenário para o BCE, Mario Draghi resolveu renunciar ao cargo de primeiro-ministro da Itália, diante das suas tentativas infrutíferas de salvar a ampla coalizão que dava sustentação ao seu governo. A decisão encerrou um período de relativa calma na terceira maior economia da Europa e ensejou a realização de eleições parlamentares em setembro. Nos mercados acionários e de títulos da Itália, o resultado foi uma forte queda.

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No Reino Unido, a ampliação do escândalo ético foi demais para Boris Johnson, que acabou renunciando ao cargo de primeiro-ministro, sobretudo com a controvérsia em torno da indicação de um político acusado de má conduta sexual.

As empresas começaram a divulgar seus balanços do segundo trimestre, com várias delas demonstrando dificuldades em sustentar as taxas de crescimento extremamente elevadas de meados de 2021.

O aperto da política monetária aumentou ainda mais a pressão sobre o volátil mercado das criptomoedas, dificultando a vida de diversas empresas do setor, especialmente diante do desespero dos seus investidores em resgatar seus recursos. Mesmo assim, o bitcoin conseguiu superar US$ 22.000 na esperança de que o Fed interrompesse suas agressivas altas de juros.

As ações dos EUA fecharam o mês em alta, assim como as bolsas europeias e japonesas. Quem ficou para trás foi a China, que continuou implementando sua rígida política de Covid zero, apesar do potencial impacto das restrições em sua economia.

Agosto

Os investidores entraram no mês de agosto esperançosos de que o Fed reduziria o ritmo de elevação de juros. Na primeira quinzena do mês, os principais índices americanos subiram, graças, em grande parte, a esse otimismo.

Mas, nas semanas seguintes, as preocupações com os bloqueios sanitários contra a Covid-19 na China e seus possíveis efeitos nas cadeias globais de suprimentos e nas previsões de resultados das empresas.

Powell, então, indicou, em seu discurso no simpósio econômico de Jackson Hole, que a política monetária continuaria ainda apertada "por algum tempo", o que inevitavelmente geraria "certa dor" para as famílias e empresas.

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As ações, que já vinham se desvalorizando desde o pico da primeira quinzena do mês, recuaram, com as ações dos EUA e da zona do euro contraindo em agosto. As empresas de tecnologia, maiores beneficiárias do crédito baixo, foram particularmente atingidas. Grandes players, como Tesla (NASDAQ:TSLA) (BVMF:TSLA34), Microsoft, Amazon (NASDAQ:AMZN) (BVMF:AMZO34) e Alphabet (NASDAQ:GOOGL) (BVMF:GOGL34), controladora do Google, recuaram mais de 6%.

Mas o setor tech na China acabou sendo impulsionado, no fim de agosto, por um acordo entre Washington e Pequim, que concedeu aos órgãos reguladores dos EUA acesso a auditorias de empresas chinesas listadas nas bolsas americanas.

Já na Europa, a guerra na Ucrânia provocou uma disparada nos preços do gás, que atingiu sua máxima histórica, devido a preocupações com a queda do fornecimento da Rússia. Os preços de energia na região acabaram recuando no fim do mês, em resposta a reportagens de que a UE estava se preparando para anunciar medidas emergenciais, com o objetivo de conter o aumento de custos da eletricidade e do gás.

Mas as consequências da iminente crise energética eram claras: a inflação na zona do euro saltou para um novo recorde de 9,1%.

Os dirigentes do BCE ecoaram o discurso de Powell em Jackson Hole, sinalizando que seriam necessários maiores aumentos de juros em setembro, de modo a conter a inflação, ainda que isso acabasse afetando a economia.

Setembro

Wall Street viveu seu pior mês desde o início da pandemia, na medida em que a inflação estimulou previsões de aumentos sem precedentes nos juros pelos bancos centrais ao redor do mundo.

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O Fed elevou os custos do crédito em 75 pontos-base pela terceira vez seguida e sugeriu que os juros continuariam elevados por mais tempo. Powell declarou que ainda não estava claro se esses aumentos de juros levariam a uma recessão e, se isso acontecesse, qual seria sua intensidade.

O BCE também subiu os juros em 75 pontos-base, fazendo com que a taxa referencial atingisse seu maior patamar desde 2011. A presidente da instituição, Christine Lagarde, alertou que outros aumentos viriam pela frente.

A inflação na zona do euro permaneceu elevada, tocando uma nova máxima recorde de 10% em setembro. Isso ocorreu apesar dos governos da região terem gasto centenas de bilhões de euros na tentativa de proteger os consumidores e as empresas dos aumentos dos preços de energia, que saltaram durante o mês.

O G7 concordou em aplicar um teto de preços ao petróleo da Rússia a partir de dezembro. As autoridades disseram que pretendiam restringir a principal fonte de receita usada por Moscou para financiar a guerra.

Influenciados pelo ambiente de inflação aquecida, as taxas dos títulos atingiram máximas que não eram vistas há uma década. Os juros de 10 anos nos EUA ficaram um pouco abaixo de 4%, após iniciarem o mês a 3,1%, enquanto a nota de 10 anos da Alemanha, principal referencial para a dívida europeia, superou 3,1% pela primeira vez desde 2012.

Para piorar o cenário nebuloso da renda fixa na Europa, as eleições parlamentares na Itália deram a vitória ao bloco de extrema direita liderado por Giorgia Meloni, que garantiu a maioria dos assentos no parlamento. Meloni havia sugerido, durante a campanha, que manteria as políticas econômicas exigidas pela UE para desbloquear dezenas de bilhões de euros em auxílio pós-pandemia, necessário para reconstruir a economia nacional. Com isso, os títulos italianos indexados à inflação (BTPs) recuaram, ao mesmo tempo em que as ações do país se valorizaram.

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Fora da zona do euro, Liz Truss foi nomeada primeira-ministra britânica, depois de vencer uma apertada disputa pela liderança do Partido Conservador.

Seu breve mandato foi repleto de controvérsias. O anúncio do chamado “miniorçamento” do seu governo, que incluía um pacote de subsídios de energia e cortes de impostos sem fontes de recursos provocaram a queda dos títulos soberanos do Reino Unido, bem como da libra esterlina, que atingiu seu nível mais baixo contra o dólar desde 1985. O Banco da Inglaterra foi forçado a intervir dias depois, a fim de evitar que essa drástica desvalorização prejudicasse os fundos de pensão mais expostos a esses mercados, bem como o sistema financeiro do país.

O tumultuado início do breve mandato de Truss em Downing Street também coincidiu com outro triste episódio da história britânica: a morte da longeva monarca Elizabeth II.

Quarto trimestre: ”Vamos enfrentar o Fed”

Outubro

As ações entraram em modo de repique no quarto trimestre, com o Dow registrando seus maiores ganhos mensais desde 1976.

Não foi fácil escapar das garras das apostas baixistas. Mas ir de encontro com o Fed, apostando em um “blefe” do banco em relação à sua rígida política, parecia ser uma boa aposta para começar. Essa tendência contou com a ajuda de alguns membros da instituição, que expressaram o receio de um aperto excessivo.

Com o fortalecimento da narrativa de “pivô” do Fed, as taxas das treasuries recuaram e as ações se firmaram, fazendo os “ursos” ficarem na defensiva.

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Mas ainda era necessário passar pela temporada de balanços do terceiro trimestre. Cresciam os temores de que o desempenho das empresas americanas evidenciaria uma redução das margens por conta da inflação aquecida, do câmbio valorizado e dos juros altos. E foi justamente isso o que aconteceu.

Nas “big techs”, o efeito foi mais pronunciado. A maioria das ações do grupo FANG divulgou resultados trimestrais abaixo das expectativas de Wall Street. Mas a Apple (NASDAQ:AAPL) (BVMF:AAPL34) foi na contramão, divulgando um excelente balanço trimestre que renovou as esperanças dos investidores com o segmento.

Novembro

Após um mês de alta em outubro, as ações continuaram atraindo investidores em novembro, registrando ganhos mensais consecutivos pela primeira vez desde 2021.

O mês, entretanto, começou com o pé esquerdo. Depois que o Fed realizou mais um grande aumento de 0,75% nos juros, Powell jogou um balde de água fria nas expectativas dos investidores de que o banco central americano interromperia sua política de aperto, ao alertar que era cedo demais para pensar em pausa.

Não houve muito tempo para refletir sobre a mensagem dura (“hawkish”, no jargão do mercado) de Powell, já que as eleições de meio de mandato nos EUA estavam se aproximando. As previsões de que haveria uma “grande onda vermelha”, garantindo uma vitória acachapante dos republicanos, acabaram não se materializando. Os republicanos acabaram garantindo uma maioria menor do que o previsto na Câmara, enquanto os democratas mantiveram o controle do Senado. Para Wall Street, o impasse político soou como uma vitória.

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Debelados os temores políticos, a inflação acabou arrefecendo, aumentando a confiança de que as pressões de preços haviam atingido o pico. Aumentava a crença de que o “pivô do Fed" estava mais perto do que nunca, e as taxas das treasuries, que estavam em queda livre, tocaram o topo.

No último dia de novembro, Powell realizou um discurso que consolidou as expectativas de que haveria uma redução do ritmo de elevação de juros, mas também ressaltou que o trabalho de reduzir a inflação estava longe de acabar.

Mas os mercados não estavam dispostos a comprar a ideia de juros mais altos por mais tempo defendida por Powell. Preferindo focar nas expectativas de juros menores pela frente, os investidores começaram a apostar que as taxas seriam cortadas já no segundo semestre de 2023. Isso acabou favorecendo o apetite para ativos de risco, e as ações não ficaram de fora.

Com as criptomoedas, no entanto, a história foi completamente diferente. O pânico estava tomando conta do mercado. A FTX, uma das maiores plataformas de criptos, enfrentou questionamentos quanto a sua solvência. O CEO da empresa, Sam Bankman-Fried, conhecido como SBF no mundo cripto, tentou tranquilizar os usuários.

A Binance, exchange rival, preferiu não aguardar respostas e rapidamente anunciou que se desfaria das suas moedas de FTX, token nativo da FTX. A pressão de venda no FTT se intensificou, com os clientes desesperadamente tentando resgatar seus recursos na plataforma.

A FTX tentou garantir, sem sucesso, um financiamento emergencial para fechar um buraco de US$ 8 bilhões em suas contas, e o fracasso acabou levando à falência uma exchange que já chegou a valer US$ 32 bilhões. À medida que avançavam as investigações sobre o dramático colapso da FTX, as revelações iam afetando o sentimento com as criptos.

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Dezembro

O último mês do ano colocou a economia em foco, na medida em que o bom relatório de empregos nos EUA ressaltou o vigor da atividade no país. Mas foi difícil ignorar os sinais de alarme que continuaram soando no mercado de títulos.

A curva de juros dos títulos de 2-10 anos registrou sua maior inversão em quase quatro décadas, sinalizando preocupações crescentes com uma possível recessão.

Os investidores acreditavam que o Fed, confrontado com ameaça cada vez maior de recessão, no momento em que surgiam mais sinais de arrefecimento da inflação, confirmaria as expectativas de que os juros atingiriam o pico em breve, com um corte das taxas no ano que vem.

Mas o Fed acabou encerrando com essas expectativas, ao prever que as taxas atingiriam o pico em um nível maior do que o esperado, a 5,1%, ao anunciar o último aumento de juros do ano.

Powell reiterou que o combate à inflação ainda era a prioridade do banco e o regime de juros mais altos por mais tempo seria o “novo normal”.

Nos dias seguintes, os ativos de risco perderam a preferência dos investidores, o que acabou fazendo as taxas das treasuries ganharem terreno.

Com o ano de 2022 chegando ao fim, os investidores ainda parecem dispostos a enfrentar o Fed, alimentando esperanças de que o banco central dos EUA cederá diante de um “pouso forçado”.

Últimos comentários

Indice a 90.000 vêm ai... quem quer ficar comprado...
Ano passado foi a vez do Kassio Marques votar em favor do Lula. Este ano tivemos Andre Mendonça votando pela liberdade do Cabral. Este é o STF do Bozo Ladrão, solta todo mundo para poder soltar o Bozo também.
o stf soltou a maior quadrilha de corrupção já existente no planeta...kkkk... alguém levou algo....
O Matheuw newmam acredita em papai Noel q otimo
Pois é, tem gente que acredita em papai noel e que Bozo e Lula não são ladrões!!!
O único fato marcante de 2022: os ladrões fascistas foram expulsos de Brasilia e a democracia voltou. Nos livramos do pior governo da historia recente deste pais
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