Órgão dos EUA recomenda reforço de vacina da Pfizer contra Covid para pessoas de entre 12 e 15 anos

Publicado 06.01.2022, 09:20
Atualizado 06.01.2022, 09:25
© Reuters. Sede do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos em Atlanta
30/09/2014 REUTERS/Tami Chappell
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Por Michael Erman

(Reuters) - O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos afirmou na quarta-feira que expandiu a elegibilidade de doses de reforço da vacina da Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34)com a BioNTech (NASDAQ:BNTX) contra a Covid-19 para crianças e adolescentes entre 12 e 15 anos de idade.

A medida vem após um painel de especialistas independentes que aconselha o CDC votar para recomendar que as doses de reforço da vacina sejam disponibilizadas para essas idades.

O Comitê de Consultoria de Práticas de Imunização (ACIP, na sigla em inglês) aprovou por 13 votos a 1 que a agência recomende doses de reforço para indivíduos entre 12 e 15 anos de idade cinco meses depois de suas segundas doses.

O painel também afirmou que o CDC deveria fortalecer sua recomendação para doses de reforço para idades entre 16 e 17 anos. A agência havia disponibilizado anteriormente as doses para esses adolescentes, mas não havia chegado a sugerir que eles recebessem uma dose adicional.

O CDC disse em nota que agora recomenda que os adolescentes entre 12 e 17 anos de idade recebam uma dose de reforço cinco meses depois de suas vacinações iniciais com o imunizante da Pfizer/BioNTech.

Os casos de Covid-19 nos Estados Unidos atingiram níveis recordes nos últimos dias por conta da variante Ômicron do coronavírus, de rápida propagação. As taxas de infecção estão disparando enquanto muitos trabalhadores e crianças em idade escolar retornam das férias de final de ano, aumentando a perspectiva de sobrecarga no sistema de saúde, além de possíveis fechamentos de empresas e escolas.

"A Covid está sobrecarregando nossos hospitais e nossos hospitais infantis", disse a integrante do painel Dra. Katherine Poehling, professora da Escola de Medicina Wake Forest. "Essa é uma ferramenta que precisamos usar, e ajudar nossas crianças nessa pandemia."

Dados do Ministério da Saúde de Israel apresentados na reunião sugerem que crianças entre 12 e 15 anos vacinadas com a segunda dose há cinco ou seis meses estavam sendo infectadas com a variante Ômicron na mesma frequência que as crianças não vacinadas. Após o recebimento da dose de reforço, a taxa de infecção caiu bruscamente, de acordo com os dados.

O Dr. Peter Marks, um importante diretor da Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA), afirmou que é razoável estender as doses de reforço para as idades entre 12 e 15 anos por conta do atual surto de casos.

A FDA havia autorizado a aplicação de doses adicionais para a faixa etária na segunda-feira, mas a aprovação do CDC era necessária para que as doses pudessem ser aplicadas.

"Essa dose de reforço irá providenciar proteção otimizada contra a Covid-19 e a variante Ômicron", afirmou a diretora do CDC, Rochelle Walensky, em nota.

Alguns cientistas já expressaram preocupações sobre as doses de reforço por conta dos casos raros de inflamação cardíaca, a chamada miocardite, que já foi ligada às vacinas de RNA mensageiro da Pfizer/BioNTech e da Moderna (NASDAQ:MRNA), especialmente em homens jovens.

© Reuters. Sede do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos em Atlanta
30/09/2014 REUTERS/Tami Chappell

Embora os dados sobre miocardites após doses de reforço para idades entre 12 a 15 sejam limitados, a FDA afirmou que as evidências tanto dos EUA quanto de Israel indicam que o risco de miocardite entre homens com idades entre 18 e 40 anos de idade é significativamente mais baixo após a dose de reforço do que após a segunda dose.

Apenas dois casos de miocardite foram reportados em Israel entre 44 mil adolescentes entre 12 a 15 anos de idade que receberam a terceira dose da vacina da Pfizer/BioNTech, afirmou o Ministério da Saúde de Israel na quarta-feira.

(Reportagem de Michael Erman, Reportagem adicional de Manonjna Maddipatla e Jahnavi Nidumolu em Bengaluru)

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