MELBOURNE (Reuters) - O presidente da segunda maior mineradora de ferro do mundo disse que é "desatenta" a sugestão da rival menor Fortescue Metals de que as mineradoras deveriam limitar a produção da matéria-prima do aço para elevar os preços.
O presidente-executivo da Rio Tinto (LONDON:RIO), Sam Walsh, disse nesta quinta-feira que não haveria nenhum benefício para a Austrália em tentar sustentar os preços do minério de ferro ao limitar a produção, apesar da grande oferta global e uma desaceleração da demanda na China.
"Tentar elevar os preços artificialmente com algum esquema tolo, simplesmente não vai funcionar", disse Walsh numa conferência do setor de mineração.
A Rio Tinto, que perde apenas para a brasileira Vale em produção de minério de ferro, deve elevar sua extração para 320 milhões de toneladas neste ano, enquanto a também australiana BHP Billiton projeta produção de 245 milhões de toneladas, ambas bem acima da meta de 155 milhões de toneladas da Fortescue.
Walsh fez os comentários dois dias após o presidente do conselho da Fortescue, Andrew Forrest, conclamar grandes mineradoras a unirem-se à Fortescue na limitação da produção, o que levou o órgão regulador da concorrência da Austrália a investigar se ele infringiu a lei ao pedir a formação de cartel.
"Tem havido uma série de comentários se a Rio conspira junto com outras empresas. Deixem-me garantir que nós absolutamente não fazemos isso", disse Walsh, descrevendo os comentários de Forrest como "absolutamente sem sentido".
Analistas dizem que as declarações são sinal dos apertos do mercado para todo o setor de minério de ferro, com os preços caindo para menos da metade no último ano.
"Estão todos criticando um ao outro porque todos estão sob pressão, e procurando alguém par culpar. Mas essa situação foi criada de forma coletiva e não individualmente", disse o analista Brenton Saunders, da BT Investment Management.
A BHP e a Rio Tinto dizem que qualquer recuo da parte delas faria com que sua fatia de mercado fosse substituída por outras mineradoras, com efeitos mínimos na oferta global.
(Por Sonali Paul)