Investing.com – A Rumo (BVMF:RAIL3) estaria jogando suas cartas como deveria, elevando os valores do frete ferroviário para a safra de grãos do próximo ano, mas as tradings estariam hesitando em firmar acordos, entende o BTG (BVMF:BPAC11), que tratou do tema da dinâmica de preços em relatório divulgado aos clientes e ao mercado nesta segunda-feira, 23.
A Rumo teria mantido a promessa de aumentar os preços no próximo ano, com crescimento das tarifas superior à inflação – o que agradou alguns investidores, aproveitando o cenário competitivo. No entanto, as tradings não estariam aderindo a esse jogo, destacaram os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia.
“As tradings foram prejudicadas este ano porque já haviam firmado acordos de take-or-pay de frete ferroviário com a Rumo. Plenamente conscientes de que as empresas estavam presas a preços de frete tão elevados, os produtores exploraram a situação”, explicam.
No entanto, segundo o BTG, nenhuma grande empresa comercial estava disposta a firmar um compromisso em relação a grandes volumes de capacidade para o próximo ano, principalmente após o que entenderam como aumento excessivo de tarifas da Rumo.
“As tradings hesitaram em assinar acordos semelhantes este ano, principalmente devido à incerteza sobre perspectivas para o plantio da próxima safra”, completam.
O entendimento dos analistas é de que a Rumo aproveita o cenário e leva vantagem, com controle do corredor logístico no MT e investimentos em ganhos de capacidade.
“Com base nesta posição forte, os preços da Rumo no próximo ano exigem um elevado crescimento tarifário de um dígito”, conclui o BTG, indicando que o impasse pode continuar nos próximos meses, e sua resolução pode afetar os papéis da companhia.
A indicação do BTG para Rumo é de compra, com preço-alvo de R$31.
Às 15h06 (de Brasília), as ações da Rumo recuavam 0,25%, a R$19,87.