Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - As ações da Sabesp (BVMF:SBSP3) estão entre as principais quedas do Ibovespa nesta manhã, com o mercado diminuindo as expectativas de que a empresa será privatizada nos próximos anos.
Às 12h34, as ações da Sabesp caíam 5,17%, a R$ 46,55. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,84%, a 109.033 pontos.
Com a campanha eleitoral pelo governo do estado de São Paulo acontecendo, os candidatos estão se manifestando publicamente se são favoráveis ou não à privatização da companhia.
Segundo a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 15, a corrida pelo Palácio dos Bandeirantes está sendo liderada por Fernando Haddad (PT) com 36% das intenções de votos e que já rejeitou a proposta de privatização da Sabesp.
O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) aparece em seguida com 22% e está tecnicamente empatado dentro da margem de erro com o atual governador do Estado, Rodrigo Garcia (PSDB), com 19%.
Freitas se mostrou cauteloso, mas favorável a venda da Sabesp, ao passo em que Garcia considera que a proposta poderia melhorar a oferta dos serviços prestados bem como antecipar o prazo de universalização do acesso ao saneamento básico no Estado.
Ainda assim, mesmo que um candidato favorável à privatização da Sabesp ganhe as eleições, o processo tende a ser demorado, como aconteceu por exemplo com a Eletrobras (BVMF:ELET3), que começou em 2016 e só terminou este ano.
Visão do UBS BB
Ontem, 15, o UBS BB (BVMF:BBAS3) divulgou um relatório, no qual rebaixou a sua recomendação sobre as ações da Sabesp de Compra para Neutro e elevou o preço-alvo dos papéis de R$ 56 para R$ 60.
O banco internacional afirmou que a mudança se deu por uma combinação de premissas macro, pequenas mudanças no reajuste tarifário de longo prazo e rolagem de longo prazo. O UBS BB estima que o lucro por ação da Sabesp ficará em R$ 3,20 em 2022 e e, R$ 4,80 em 2023, desconsiderando uma possível privatização na base do seu cálculo.
“Estimamos que neste nível atual, a ineficiência implícita do EBIT da empresa para o regulador é de R$ 2,8 bilhões, ou 30%, que está acima do nível histórico de 22% e abaixo do valor do ano passado. Nosso caso base assume a diferença entre o EBIT regulatório e o EBIT da empresa próximo à média histórica, portanto, uma diferença de EBIT de aproximadamente R$ 2 bilhões, implicando um EV/RAB de 0,8x, que também está em linha com a média histórica. No entanto, acreditamos que há muito espaço para reduzir a lacuna do EBIT em relação à regulamentação. Para cada R$ 1 bilhão de melhoria no EBIT da empresa, estimamos uma variação de 0,1x no EV/RAB, ou uma variação de R$ 12 por ação”, explica o UBS BB.