Investing.com – Uma nova era para a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) (BVMF:SBSP3)) – e com perspectiva favorável. É desta forma que os analistas do Itaú BBA e XP enxergam as novas tendências pós-privatização da companhia, em repercussão à abertura de consulta pública do governo paulista a respeito do tema.
O governo do Estado de São Paulo divulgou ao mercado tanto o contrato de concessão quanto as diretrizes regulatórias, que devem ser avaliadas em consulta pública com contribuições enviadas até 15 de março.
A proposta da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a privatização prevê R$68 bilhões de investimentos até 2029 em busca da universalização do saneamento até o período, sendo que o valor pode chegar a R$260 bilhões até 2060.
“Em abril, haverá a reunião da Unidades Regionais de Água e Esgoto (Urae) 1 e, na metade do ano, o calendário prevê a precificação da oferta. O governo já anunciou a escolha do modelo de follow-on (oferta subsequente)”, detalha a Terra Investimentos.
Na visão do {{0|Itaú BBA}}, após a alta no meio do pregão de ontem com o anúncio de consulta, mas fechamento em estabilidade, a visão é de que os investidores ainda esperam informações sobre percentuais de ganhos de eficiência antes de se tornarem mais construtivos com o papel. Às 15h53 (de Brasília) desta sexta-feira, 16, as ações da Sabesp apresentavam alta de 0,97%, a R$81,47.
Menos discricionariedade
O começo do processo é promissor, de acordo com a XP Investimentos (BVMF:XPBR31). “Acreditamos que a nova proposta reduz a possibilidade de discricionariedade do regulador enquanto cria diretrizes regulatórias mais transparente para a Sabesp. Além disso, foca claramente nos investimentos e na universalização, o que já era esperado”.
Essa é a mesma visão do {{0|Itaú BBA}}, que também utilizou a analogia sobre o alvorecer de uma nova era. Os analistas Marcelo Sá, Luiza Candiota, Fillipe Andrade e Victor Cunha avaliam os termos sugeridos como bem equilibrados, permitindo a criação de valor diante de operação eficiente e cumprimento das metas de universalização, com eventual penalização no caso contrário.
“Os documentos são bem detalhados, deixando menos espaço para uma abordagem discricionária por parte do regulador”, pontua o banco em relatório, indicando fatores como reconhecimento de investimentos, avaliação de custos operacionais e metas de eficiência.
Novas diretrizes
Conforme os analistas da XP, Vladimir Pinto e Maíra Maldonado, as diretrizes contemplam prazo de concessão até 2060, com ciclos de revisão tarifária a cada cinco anos, ante os quatro atuais. Enquanto isso, a execução do investimento deve ser avaliada por auditor externo. Além disso, se a concessionária não chegar à meta de universalização prevista, incluindo coleta de esgoto e distribuição de água, será penalizada no reajuste das tarifas. As concessões terão ainda metas de perdas conforme contrato estabelecido, o que tende a ser revisado no segundo ciclo.
Os termos contratuais são sólidos e podem proteger a Sabesp de eventuais turbulências, segundo o {{0|Itaú BBA}}. Ainda, a companhia irá poder reter parte dos ganhos de eficiência. “Os termos a serem discutidos propõem que a empresa mantenha todos os ganhos de eficiência gerados durante o primeiro ciclo tarifário (até dezembro de 2030), mas que compartilhe esses ganhos a partir do segundo ciclo. O documento não prevê o percentual a ser repartido por ciclo tarifário a partir de 2031, mas esperamos que seja definido antes da privatização”, esperam os analistas. O {{0|Itaú BBA}} possui recomendação outperform, equivalente à compra, com preço-alvo de R$83,6 para a ação.