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Simpar: Sem mira em IPOs no curto prazo com “janela fechada”, aponta CFO

Publicado 07.03.2023, 16:37
Atualizado 07.03.2023, 21:21
© Simpar
SIMH3
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MOVI3
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JSLG3
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Jessica Bahia Melo

Investing.com A holding Simpar (BVMF:SIMH3), que controla as empresas listadas na B3 (BVMF:B3SA3) JSL (BVMF:JSLG3), Movida (BVMF:MOVI3) e Vamos (BVMF:VAMO3), reportou no quarto trimestre de 2022 um lucro líquido de R$288,2 milhões, um recuo anual de 21,4%, mas alta de 159,6% frente aos três meses imediatamente anteriores. O Ebitda de R$1,849 bilhão representa uma alta anual de 39,5%, mas queda trimestral de 4,6%.

Ao todo, são sete operações independentes, incluindo também CS Brasil, Automob, Banco BBC Digital e CS Infra. A companhia atua em todo o Brasil, além de países na América do Sul e África do Sul.

Em entrevista exclusiva ao Investing.com Brasil, Denys Ferrez, CFO da Simpar, detalhou que, diante do novo cenário macroeconômico, novas aberturas de capital não são descartadas, mas a companhia não possui planos para o curto prazo nesse sentido. A Automob é a mais indicada para um IPO, devido aos seus ganhos de escala. No entanto, Ferrez diz que o momento teria que ser oportuno. “Nunca devemos nos colocar numa posição que seja necessário ir a mercado”, ressalta.

Resultados de 2022

O lucro líquido da Simpar foi de R$940,7 milhões em 2022, uma retração de 29,2% em relação a 2021, afetado principalmente pelo aumento da taxa de juros, segundo a companhia. O resultado financeiro ficou negativo novamente, com piora de 239,1%.

Por outro lado, o Ebitda também apresentou elevação, atingindo R$7 bilhões, uma alta de 67,2%. A receita líquida de R$24,38 bilhões representa um acréscimo de 75,8%.

A companhia terminou o ano com posição de caixa consolidada de R$13 bilhões, mais de três vezes superior ao nível de endividamento de curto prazo e suficientes para quitar a dívida até 2025. A alavancagem medida pelo indicador dívida líquida/EBITDA foi de 3,5x em 2022, contra 3,4x em 2021, mesmo com o Capex líquido de R$13,5 bilhões em 2022.

Confira a entrevista com Denys Ferrez:

Investing.com – Como avalia o ano como um todo, o resultado financeiro prejudicou os indicadores operacionais da companhia?

Denys Ferrez – Eu acho que o ano operacionalmente foi muito bom e, do ponto de vista de lucro, é inevitável, como fazemos muito investimento e, consequentemente, trabalhamos com um grau de endividamento maior do que muitas companhias, acabamos afetados pelo fato de que a taxa Selic triplicou. Mesmo assim, o negócio vai se ajustando às novas condições econômicas.

Mas a gente continua a nossa trajetória de investir em linhas de negócio que acredita que trazem muito valor para o cliente, não só em épocas de bonança, mas também em épocas de crise, porque você traz ganhos de produtividade, se permite uma melhor alocação do capital do cliente.

Temos um lucro que, embora tenha reduzido em relação ao ano anterior, ainda é um bom lucro. A alavancagem ficou relativamente estável, e também tivemos o impacto do aumento da taxa de juros. Foi a velocidade no aumento mais rápido do que ajustamos os negócios, mas a tendência é de que eles se ajustem.

Inv.com – Quais os principais objetivos e em quais frentes a companhia pretende focar nos próximos trimestres?

Ferrez – O Brasil vive um momento mais volátil, com algumas empresas tradicionais tendo problemas. Como circunstância da nossa característica de crescimento constante, temos historicamente trazido liquidez na frente da necessidade. Conseguimos fechar o ano com caixa de R$13 bilhões.  Quando olhamos o cronograma de amortização, estamos muito alongados. Temos liquidez para fazer frente aos compromissos já assumidos e temos alinhado boa parte do necessário para o crescimento dos nossos negócios.

Olhando para frente, temos alguns momentos diferentes entre as empresas. A logística entregou um crescimento forte orgânico e em M&As. Em função desse aumento da taxa de juros, isso deixou muitos dos concorrentes fragilizados porque o Brasil é composto de uma pulverização muito grande de provedores logísticos, eles têm pouca musculatura. E o embarcador, de uma forma natural e prudente, migra para onde conta com mais segurança. Isso tem acontecido com a JSL, que tem crescido organicamente porque tem incrementado volumes em contratos existentes, mas também porque tem fechado novos contratos. A logística deve seguir esse caminho e o movimento de M&A, tendo essa característica no mercado fragmentado, apresenta muita oportunidade para ser executado. E o crescimento orgânico é uma constante no desenvolvimento da companhia

Para a Vamos, a empresa já foi esse ano a maior responsável pelo investimento líquido. Tradicionalmente era a Movida. A Movida fez um crescimento relevante nos últimos dois anos, ela praticamente dobrou de valor e entra em fase de busca por maior eficiência operacional, então deve demandar na base líquida um volume muito menor de investimento.

Inv.com – Havia expectativa para novas aberturas de capital, como da Automob. Esse objetivo continua?

Ferrez – A gente tem sim algumas empresas fechadas que eu acho que, sendo oportuno, elas poderiam se tornar companhias abertas. Não temos esse plano no curto prazo, até porque o mercado não está nesse momento, os preços sofrem, mas temos tudo muito organizado, a própria Automob ganhou mais escala, já ganhou um corpo, em grande parte a partir de M&A, que temos feito uma parte em dinheiro e uma parte em ações da Automob, o que permite que a estrutura dela não fique alavancada.

A gente pode levar a companhia a mercado se for oportuno, mas a gente nunca deve se colocar numa posição em que seja necessário ir a mercado. Isso não é saudável. Até porque estamos em um mundo tão mais volátil, que eu brinco que não tem mais janela de mercado. Agora é escotilha, só. Passou, passou. Não passou, já era.

Inv.com – Há alguma alteração de estratégia em relação a aquisições, dividendos, ou mudanças importantes ao investidor?

Ferrez – Mudança não tem, mas o grau de exigência, cautela, deve ser maior com os retornos dos novos projetos. Isso, usualmente, causa alguma desaceleração, moderação no crescimento. Em relação a dividendos, eles foram os mínimos obrigatórios. O que tem para ser declarado ainda em relação aos dividendos mínimos obrigatórios, que deverá ser proposto para a Assembleia é pequeno, não acredito que ela deve mudar isso.

 

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