A Sinqia, provedora de tecnologia para o setor financeiro, reportou lucro líquido de R$ 9,7 milhões no primeiro trimestre de 2022, crescimento de 1.141% em relação aos R$ 780 mil registrados no mesmo intervalo de 2021. O Ebitda, por sua vez, chegou a R$ 36,2 milhões, alta de 191,7% na mesma base comparativa.
Na avaliação da empresa, os números foram impulsionados pela estratégia de consolidação colocada em prática nos últimos 12 meses. "Quando olhamos para o resultado do primeiro trimestre de 2021, a principal contribuição vem dessas seis empresas que passaram a compor a companhia no último ano", diz o CFO da Sinqia, Thiago Rocha, em entrevista ao Broadcast.
No entanto, o executivo também destaca o crescimento orgânico em meio à ampliação dos portfólios de produtos e consumidores. Atualmente, a Sinqia conta com seis avenidas de negócio e 700 clientes. A receita líquida orgânica da empresa totalizou R$ 74,4 milhões entre janeiro e março de 2021, acelerando 23,5% ante um ano antes.
A área de previdência representa 22% desse montante, seguida pelo negócio original da empresa: bancos, com 21%. Consórcios e serviços contribuem com 16% cada, enquanto fundos e o negócio mais recente, Sinqia Digital, entram com 13%.
Além da diversificação, a baixa taxa de cancelamento (churn, na sigla em inglês) da companhia, que fica em média de 3% ao ano, também contribui para o crescimento orgânico, complementa Rocha. Já a inflação acaba jogando a favor da empresa. "Nossos valores são corrigidos anualmente pela inflação. Estamos protegidos da escalada inflacionária nesse sentido", avalia o CFO.
Com isso, o executivo vê a companhia menos exposta aos desafios macroeconômicos do que os pares de tecnologia. Para justificar, cita, por exemplo, a tendência, positiva para a empresa, de digitalização do setor financeiro. "Além disso, o baixo endividamento e o fato da Sinqia não ter uma perspectiva de lucro na perpetuidade reduzem os impactos da escalada dos juros", finaliza.
A companhia encerrou o período com dívida líquida de R$ 255,8 milhões ante R$ 293,7 milhões de caixa líquido no último trimestre. O valor corresponde a 1,8 vez o Ebitda ajustado anualizado do primeiro trimestre de 2022.
Os custos, por sua vez, somaram R$ 80,6 milhões, 87,6% maior do que nos três primeiros meses de 2021, devido, principalmente, à incorporação de gastos provenientes das aquisições realizadas nos últimos cinco trimestres, no montante de R$ 30,7 milhões, segundo o release de resultados da empresa de tecnologia.