Money Times - Na avaliação do Credit Suisse, os acionistas da Sonae Sierra (SA:SSBR3) irão exigir um prêmio significativo aos preços atuais para uma fusão com a Aliansce (SA:ALSC3). As companhias comunicaram ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que iniciaram tratativas preliminares para potencial combinação de operações.
Os analistas Luis Stacchini e Vanessa Quiroga avaliam que a Sonae Sierra e Alexander Otto, juntos, poderiam decidir virtualmente o assunto numa reunião de acionistas com participações de 33% e 38%, respectivamente, mas dado que ambos são investidores de longo prazo, eles provavelmente não estão inclinados a vender a empresa na avaliação atual.
O banco calcula que a Aliansce negocia atualmente um prêmio de aproximadamente 25% à Sonae Sierra numa base Presço sobre FFO (Fluxo de Caixa Operacional), enquanto os valores operacionais e financeiros da Sonae permanecem pressionados.
“Isso se deve à alta vacância de 6,7% e ao fato de que vários de seus shoppings – sem dúvida Uberlândia, Londrina e principalmente o Passeio das Águas – ainda estão tendo dificuldades no processo de maturação. Isso leva a descontos maiores e requisitos adicionais de opex, já que a empresa paga uma parte das taxas do condomínio dos inquilinos”, destacam Stacchini e Quiroga.
Governança
Outro ponto levantado pelo banco é a formação da estrutura de governança corporativa pós-negociação, que pode ser o principal obstáculo para o acordo. No caso de uma fusão, os acionistas controladores da Sonae Sierra perderão o controle da entidade, aponta o banco.
“Dado que a Sonae tradicionalmente não procura investimentos apenas como um parceiro financeiro, a influência da Sonae Sierra na nomeação dos membros do conselho e da administração será fundamental para as negociações avançarem, na nossa opinião”, explicam.
O artigo do Valor Pro, que levantou inicialmente a negociação, afirma que Rafael Sales (CEO da Aliansce) seria o CEO da nova empresa e que alguns dos executivos seriam indicados pela Sonae Sierra.
Por Money Times