A Stellantis (NYSE:STLA), terceira maior fabricante de veículos do mundo em número de vendas e detentora de 14 marcas, como Vauxhall, Peugeot, Citroen e Fiat, alertou o governo britânico que as linhas de montagem no Reino Unido serão fechadas, provocando a perda de milhares de empregos, caso o acordo do Brexit não seja renegociado rapidamente.
Segundo a Stellantis, no acordo atual, a empresa seria tarifada ao exportar vans elétricas para a Europa a partir do ano que vem, quando as regras pós-Brexit mais rigorosas devem entrar em vigor.
A empresa automotiva deseja que o governo e a União Europeia prorroguem as regras atuais para obtenção de peças até 2027, em vez de uma mudança planejada para 2024, pedido que foi ecoado pelo órgão de lobby do comércio automotivo europeu.
"Esperamos poder chegar a uma resolução com a UE sobre o assunto", declarou o porta-voz do primeiro-ministro Rishi Sunak aos repórteres na quarta-feira, 17.
Segundo o acordo comercial firmado quando o Reino Unido deixou o bloco, 45% do valor de um veículo elétrico vendido na União Europeia deve ser proveniente do Reino Unido ou da UE a partir de 2024 para não ser tarifado. No entanto, o conjunto de baterias pode representar até metade do custo de um novo veículo elétrico. As baterias também são pesadas e caras de transportar por longas distâncias.
As fabricantes de automóveis argumentam que, além de revisar as tarifas, o Reino Unido deve incentivar mais o aumento da produção de baterias, a fim de garantir a sustentabilidade da sua indústria automobilística no longo prazo.
O ministro da Fazenda britânico, Jeremy Hunt, sugeriu que em breve haverá novidades nesse sentido.
"Nosso foco é garantir que o Reino Unido tenha a capacidade de fabricar veículos elétricos", afirmou em um evento na quarta-feira.