Por Priscila Jordão
SÃO PAULO (Reuters) - A Suzano Papel e Celulose (SA:SUZB5) disse ser natural esperar da empresa uma política mais benevolente ao acionista para o ano que vem em relação a dividendos, uma vez que, mesmo com investimento de 2,4 bilhões de reais estimado para 2016, a fabricante de celulose seguirá com forte geração de caixa.
"Vamos ter, mesmo com todos os investimentos, uma redução do endividamento no ano que vem. Temos geração de caixa expressiva e teremos desalavancagem, então dividendos é uma das áreas que vamos fortalecer", disse o presidente da companhia, Walter Schalka, em reunião com analistas e investidores nesta sexta-feira.
Segundo ele, nenhuma proposta foi submetida ainda e melhores dividendos ainda estão sendo estudados, "mas é uma possibilidade". O plano da empresa de não anunciar projetos "greenfield" (incipientes) no momento corrobora essa perspectiva. "Temos floresta no Piauí, mas não pretendemos anunciar uma fábrica nesse momento", disse Schalka.
Considerando os 120 milhões de reais anunciados em remuneração aos acionistas na véspera, a Suzano distribuirá 270 milhões de reais em dividendos neste ano, de acordo com o executivo.
A empresa anunciou na quinta-feira geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado recorde de 1,476 bilhão de reais no terceiro trimestre, mais que o dobro dos 615 milhões de reais registrados um ano antes.
A alavancagem medida por dívida líquida sobre Ebitda caiu para 3 vezes, ante 4,5 vezes no terceiro trimestre de 2014.
Sobre uma eventual consolidação da indústria, que tem sido aguardada pelo mercado há meses, Schalka disse entender que ela seria "extremamente benéfica para todos os competidores", mas que a Suzano tem olhado outras formas de gerar valor além de uma fusão ou aquisição. "Precisamos ter uma indústria com sustentabilidade de resultados maior e não tão dependente de demanda e oferta", disse.
As ações da Suzano subiam 1 por cento às 12h24, enquanto o Ibovespa mostrava recuo de 0,4 por cento.