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Suzano tem demanda forte por celulose em julho e vê mercado positivo em agosto

Publicado 13.08.2015, 13:38
Suzano tem demanda forte por celulose em julho e vê mercado positivo em agosto
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Por Priscila Jordão

SÃO PAULO (Reuters) - A Suzano Papel e Celulose (SA:SUZB5) teve ao longo de julho demanda bastante robusta por celulose em todas as regiões em que atua e citou visão positiva sobre o mercado em agosto, embora não tenha anunciado nesse momento nenhum aumento de preços para o insumo.

O diretor comercial da Suzano, Carlos Aníbal, disse em entrevista a jornalistas nesta quinta-feira que a companhia está fechando negócios na China nos patamares de preço estabelecidos como meta e que os estoques globais de celulose de fibra curta na indústria estão baixos, o que tem sustentado os preços.

Os comentários são semelhantes à avaliação sobre o mercado divulgada pela rival Fibria (SA:FIBR3) no final de julho, quando a maior produtora mundial de celulose de fibra curta afirmou que estava registrando vendas acima do esperado em julho diante de forte demanda na Europa e Ásia.

Os estoques globais de celulose de fibra curta encerraram julho em 38 dias, menor número nos últimos cinco anos, disse Aníbal. O último aumento de preço promovido pela Suzano foi anunciado em maio, para 700 dólares a tonelada na Ásia, 810 na Europa e 900 na América do Norte.

O presidente-executivo da Suzano, Walter Schalka, acrescentou que o fechamento parcial de uma fábrica de celulose na China está deixando produtores de papel no país sem abastecimento. "Isso está reduzindo ainda mais os estoques da cadeia e vamos aguardar mais para ter uma decisão sobre a precificação", afirmou.

No caso do papel, a demanda continua impactada pela situação da economia domestica, mas a Suzano avalia ter tido uma performance melhor que a do mercado no segundo trimestre, particularmente na linha de papel para imprimir e escrever, sendo favorecida ainda pela antecipação de volumes do Programa Nacional do Livro Didático.

Além disso, a empresa disse estar aproveitando a desvalorização do real ante o dólar para absorver a queda das importações pelo mercado domestico.

"Tivemos ganho de market share no segundo trimestre em papéis revestidos e acreditamos que vamos continuar ganhando nos trimestres seguintes", disse Aníbal.

A Suzano anunciou aumento de preço para o papel "cut size" de 9,5 por cento a partir de 1º de agosto e de 10 por cento para papéis não revestidos e papelcartão a partir do início de setembro.

As ações da Suzano exibiam alta de cerca de 3 por cento às 13h27, enquanto o Ibovespa tinha queda de 1 por cento.

CUSTO DE PRODUÇÃO

A companhia antecipou nesta quinta-feira em teleconferência com analistas que terá aumento de custo caixa de produção de celulose no terceiro e quarto trimestres deste ano por conta de alta do raio médio das florestas em Mucuri (BA) e do declínio no preço da energia elétrica vendida.

Porém, a companhia espera uma queda "dramática" na distância média de matéria-prima para a fábrica a partir do segundo semestre de 2016, o que deve ajudar a reduzir custos.

Schalka disse que a distância média da madeira de terceiros na fábrica da Bahia, que ficou em 298 quilômetros no primeiro semestre, tende a cair mais de 200 quilômetros a partir desse período com iniciativas de antecipação de compra de madeira de terceiros que serão implementadas.

A empresa, que tinha meta de investir 1,5 bilhão de reais em 2015, elevou a projeção para entre 1,7 bilhão e 1,8 bilhão de reais. O adicional será investido na compra de madeira adicional de terceiros para reduzir o raio médio em Mucuri e em projetos de modernização das operações.

A Suzano também anunciou investimento de 70 milhões de reais para instalar uma planta-piloto de extração de lignina, que será implantada na unidade Limeira, interior de São Paulo.

A lignina é um subproduto do processo de fabricação da celulose e atualmente é usado pela indústria para gerar energia, cujas vendas devem ser reduzidas pela Suzano como consequência.

A companhia disse que o retorno das vendas do produto, um substituto de derivados de petróleo, é três vezes superior ao da venda de energia elétrica.

A unidade terá capacidade de produção de 20 mil toneladas de lignina por ano. O investimento será 70 por cento financiado por linhas de crédito à inovação.

A Suzano tem potencial de produzir 185 mil toneladas de lignina em todas as suas fábricas. "Ainda é um teste para que façamos investimento em fábricas maiores como Mucuri e Imperatriz, onde somos extremamente competitivos", disse o diretor executivo de operações da Suzano, Ernesto Pousada. Ainda não há acordos ou negociações específicas para o produto.

(Edição Alberto Alerigi Jr.)

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