Investing.com – Com praticamente todas as empresas do Ibovespa em alta na manhã desta terça-feira, 11, uma das únicas na direção contrária é a companhia de energia Taesa (BVMF:TAEE11), em meio a rumores de uma capitalização, o que poderia diluir a base de acionistas.
Às 12h37 (de Brasília), as Units da Taesa caíam 0,12%, a R$33,31.
Ontem, matéria do Brazil Journal disse que a companhia pretende realizar uma oferta de novas ações para levantar capital no montante entre R$ 1,5 bi e R$ 2 bilhões, visando possibilitar os investimentos necessários em leilões de transmissão. Segundo a publicação, a oferta primária ocorreria na segunda metade de abril ou em maio.
Em resposta à B3 (BVMF:B3SA3), a Taesa informou que “busca e avalia constantemente oportunidades e alternativas de financiamento e otimização da sua estrutura de capital, visando a execução do seu planejamento estratégico baseado nos pilares de crescimento sustentável, excelência operacional, disciplina financeira e geração de valor”. No entanto, esclareceu que não há qualquer decisão formal sobre uma oferta pública de ações, debêntures ou outros valores mobiliários via distribuição em mercado de capitais.
Em relatório, a Genial Investimentos afirmou que avalia o case da companhia como um sucesso, mas aos atuais níveis de preço, os analistas não indicam participar da capitalização da empresa caso essa possibilidade ocorra, de fato.
A Geinal destacou que uma possível capitalização viria após anos marcados pelo expressivo pagamento de dividendos, o que demonstraria que a Taesa não foi eficiente na alocação dos seus recursos.
“Apesar do bom histórico da empresa em colocar bons projetos de pé, citamos a alta competição nos leilões, aumento do custo de capital próprio e de terceiros, alta volatilidade nas commodities metálicas, restrições de fornecedores que trazem riscos adicionais ao desenvolvimento dos projetos que vão ser ofertados e, claro, cases que julgamos mais baratos que o da Taesa”, apontam os analistas Vitor Sousa e Israel Rodrigues.
Com alta nos custos do setor, a Genial avalia que os players foram “comedidos em suas ofertas nos últimos anos” para os lotes adquiridos, em meio a um alto grau de competição e deságios de até 60%.
Por outro lado, a Genial reconhece que o cenário adverso sobre os custo dos projetos e incertezas macroeconômicas podem afastar competidores e abrir espaço para as companhias que considera “os players puro sangue do setor”, incluindo a Taesa, ISA CTEEP (BVMF:TRPL4), Alupar (BVMF:ALUP11), Engie (BVMF:EGIE3) e Eletrobras (BVMF:ELET3).
“Sendo assim, o momento correto de ser mais agressivo e adquirir lotes em condições favoráveis é exatamente esse – o que pesaria favoravelmente a uma capitalização da Taesa nesse momento, apesar dos pesares. Entretanto, preferimos adotar uma estratégia mais gradualista e, de uma maneira ou de outra, nos expor a cases mais descontados e com histórico de execução tão bom quanto”, ponderam os analistas da Genial.