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SÃO PAULO (Reuters) - A transmissora de energia elétrica Taesa, controlada pela estatal mineira Cemig (SA:CMIG4) e pelo fundo Coliseu, não avaliará a aquisição de ativos da espanhola Abengoa no Brasil se o governo federal não permitir uma majoração na receita anual estabelecida para os empreendimentos, afirmou à Reuters nesta terça-feira o presidente da companhia, José Aloíse Ragone.
O Ministério de Minas e Energia tem procurado interessados em assumir concessões da Abengoa desde que a empresa paralisou todos os projetos no Brasil ao final do ano passado, quando a matriz da empresa entrou com pedido preliminar de recuperação judicial na Espanha.
"Não faz sentido nenhum, e não vamos envidar nenhum esforço, estamos em espera... não iremos avaliar as concessões se não houver elevação na receita e nos prazos", disse o executivo.
Em entrevista recente à Reuters, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse que considera estender o prazo para entrega das obras da Abengoa, mas descartou uma melhora na remuneração.
Ragone afirmou que a Abengoa ofereceu deságios muito agressivos nos leilões em que conquistou os empreendimentos e que o cenário macroeconômico do país teve grande deterioração desde então.
"O retorno dessas concessões ficou prejudicado. A recuperação apenas do prazo não contribui para uma elevação dos retornos, para nós não atende."
Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que dois grupos estrangeiros avaliam os ativos da Abengoa.
A chinesa State Grid admitiu o interesse, enquanto a canadense Brookfield (SA:BISA3) também avalia os projetos, segundo relatos na mídia brasileira. Procurada, a Brookfield disse que não comenta rumores.
A desenvolvedora de projetos eólicos Casa dos Ventos, que também chegou a avaliar os projetos da Abengoa, também disse à Reuters recentemente que considera inviável tocar as obras com a remuneração já estabelecida.
(Por Luciano Costa)