Tarifas dos EUA contra Brasil incluem única produtora de vanádio das Américas, diz Ibram

Publicado 05.08.2025, 15:50
Atualizado 05.08.2025, 16:45
© Reuters.

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) vê com preocupação o vanádio não ter sido incluído na lista de produtos que serão isentos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, afirmou nesta terça-feira o diretor de Assuntos Minerários da entidade, Julio Nery.

Atualmente, a canadense Largo é a única a produzir vanádio nas Américas, em uma mina na Bahia, e 60% de sua produção é exportada aos EUA, segundo dados do Ibram, que representa a companhia e outras mineradoras no Brasil, como Vale (BVMF:VALE3), BHP e Rio Tinto (LON:RIO).

Em seu site, a Largo explica que seus produtos de vanádio são ideais para uso em ligas metálicas concentradas, têm diversas aplicações em aço, produtos químicos/catalisadores e soluções para baterias de vanádio.

"O caso do vanádio é um caso que sim, preocupa, e nós vamos trabalhar junto ao Ministério da Indústria e Comércio e ao Ministério das Minas para buscar a negociação nesse caso", disse Nery, em coletiva de imprensa para discutir resultados do setor mineral no primeiro semestre.

"Ele (o vanádio) tem essa característica de que tem uma grande parte da produção da empresa que vai para os Estados Unidos. Essa é a maior preocupação no momento."

O diretor do Ibram ressaltou ainda que o Ibram ainda está trabalhando em um levantamento junto com outras empresas para verificar quais os outros produtos que podem trazer prejuízo à indústria brasileira ao serem taxados pelos EUA.

Durante a coletiva, o presidente do Ibram, Raul Jungmann, disse ainda que não está definido se o Ibram poderá integrar uma eventual comitiva aos EUA para negociar tarifas.

"Nós estamos em contato com o vice-presidente (Geraldo Alckmin), que é o negociador, e que articula tudo isso. Nós não queremos fazer um movimento isolado... nós queremos nos coordenar com o governo e devemos fazê-lo com as demais instituições", afirmou.

Sobre uma eventual pauta a ser proposta pelo Ibram, Jungmann defendeu que negociações entre Brasil e EUA deveriam priorizar acordos em torno de transferência de tecnologia, investimentos e diversificação da pauta mineral brasileira.

Durante a coletiva, o presidente do Ibram também comentou que soube pela imprensa sobre a declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na véspera, de que o Brasil poderá levar o tema de minerais críticos e terras raras para eventuais negociações com os EUA sobre tarifas. Segundo ele, Ibram não tinha informações sobre o tema.

 

(Por Marta Nogueira)

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