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Tecnologia automotiva da Huawei impressiona em salão do automóvel de Pequim

Publicado 26.04.2024, 15:09
© Reuters. REUTERS/Tingshu Wang
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PEQUIM (Reuters) - A Huawei precisou de apenas quatro anos para se tornar uma força na tecnologia de carros inteligentes, feito alcançado apesar das sanções impostas pelos Estados Unidos sobre seus negócios com smartphones. A companhia chinesa ainda usou o tempo para desenvolver um sistema de assistência ao motorista que está se mostrando o queridinho do salão do automóvel de Pequim.

A Huawei Technologies tem dois enormes estandes no evento desta semana, e há pelo menos sete montadoras chinesas divulgando que seu sistema de assistência ao motorista  (Adas) Qiankun é o mais sofisticado até o momento.

Até mesmo a Volkswagen (ETR:VOWG) equipará seu Audi Q6L e-tron fabricado na China com o Qiankun no lançamento do modelo o em 2025, no primeiro acordo da Huawei com uma montadora estrangeira, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.

O interesse do presidente-executivo da Nissan (TYO:7201), Makoto Uchida, também foi despertado quando ele visitou um estande da Huawei e ouviu os representantes explicarem os sistemas desenvolvidos para o carro Seres em exibição.

Procurada, a Nissan disse que Uchida estava visitando os estandes e não tinha comentários sobre a respeito de uma eventual parceria com a Huawei. A Audi disse que não faz comentários sobre fornecedores e a Huawei não se manifestou.

O rápido surgimento da Huawei como fornecedora de componentes automotivos destaca a busca da companhia antes focada em equipamentos de telecomunicações por novas fontes de crescimento depois das sanções impostas por Washington em 2019.

A empresa afirmou que pretende se tornar um fornecedor automotivo de primeira linha para a era dos veículos elétricos inteligentes, competindo com empresas como Bosch, Denso e Continental.

"Crescemos lado a lado com a Huawei por três anos, e nossas conquistas são óbvias para todos. Continuaremos a trabalhar lado a lado pelos próximos três anos e mais", disse o presidente Zhang Xinghai, da Seres, apoiada pela Dongfeng.

A entrada da Huawei no mercado foi suavizada pelo ritmo acelerado de desenvolvimento do setor, com as montadoras tradicionais lutando para acompanhar os fabricantes de veículos elétricos, como a BYD (SZ:002594), que estão incorporando recursos premium únicos em carros tão baratos quanto 20.000 mil dólares.

Os fabricantes chineses privados de veículos elétricos têm se mostrado hábeis em desenvolver internamente a capacidade de alta tecnologia, enquanto as empresas estatais da China têm se esforçado para inovar e, portanto, têm contado com empresas como a Huawei para aumentar a competitividade, dizem analistas.

As montadoras estatais chinesas Changan, Dongfeng e BAIC estão reagindo com novas marcas de veículos elétricos como Avatr, VOYAH e Arcfox, todas equipadas com o Adas da Huawei. A Guangzhou Automobile (GAC) também lançará modelos a partir de 2025 com a tecnologia de veículos inteligentes da Huawei.

"A Huawei é atualmente líder em tecnologias Adas", disse o gerente geral da GAC, Feng Xingya, na quinta-feira. "Nós a escolhemos porque precisamos garantir que os produtos da GAC sejam equipados com as tecnologias mais avançadas para os consumidores."

Três gerentes de montadoras estrangeiras disseram que a Huawei é vista como uma parceira em potencial que vale a pena considerar seriamente para marcas internacionais na China, apesar das dificuldades com os governos ocidentais.

 

FORNECEDOR OU RIVAL?

A Huawei tem se envolvido fortemente no desenvolvimento e na promoção do veículo da Seres e de outras montadoras, o que, segundo três executivos de montadoras internacionais e uma quarta fonte cria  preocupações no setor de que a Huawei não é apenas um fornecedor, mas também um rival.

A empresa chinesa de tecnologia também enfrentou uma crise no fornecimento de componentes de computação este ano, o que atrasou as entregas dos principais modelos, incluindo o Seres Aito M9, o Changan Avatr 12 e o Chery Luxeed S7.

Além da China, a Huawei pode ser novamente afetada por restrições comerciais, já que os EUA começaram a investigar este ano se os veículos chineses são um risco à segurança nacional, especialmente devido à preocupação com a tecnologia de carros "conectados".

© Reuters. REUTERS/Tingshu Wang

Nenhuma das montadoras parceiras da Huawei anunciou planos de exportar modelos equipados com a tecnologia da empresa.

Outras tecnologias que a Huawei apresentou no salão do automóvel incluíram unidades de controle de veículos que calibram a condução e a suspensão, LIDAR, sensores telemáticos que usam navegação por satélite, sensores ópticos e um sistema de áudio embutido nos apoios de cabeça para que os ocupantes dos veículos possam ouvir músicas diferentes sem incomodarem uns aos outros.

(Por Zhang Yan, Kevin Krolick e Brenda Goh)

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