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Trump deve mudar políticas antitruste de Biden e impedir desmembramento do Google

Publicado 06.11.2024, 11:35
© Reuters. Logotipo do Google é exibido em prédio em San Diego, Califórnia, EUAn09/10/2024nREUTERS/Mike Blake
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Por Jody Godoy

(Reuters) - Donald Trump deve reduzir parte das políticas antitruste adotadas durante o governo do presidente norte-americano, Joe Biden, incluindo a tentativa da gestão anterior de desmembrar o Google, da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), por causa de seu domínio nas buscas online, afirmam especialistas.

Espera-se que Trump dê continuidade aos processos contra grandes empresas de tecnologia, vários dos quais começaram em seu primeiro mandato, mas seu recente ceticismo em relação a uma possível divisão do Google destaca o poder que ele terá sobre como esses processos serão conduzidos.

"Se você fizer isso, vai destruir a empresa? O que você pode fazer sem quebrá-la é garantir que seja mais justa", disse ele em um evento em Chicago, em outubro.

Atualmente, o Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) dos EUA está conduzindo dois processos anti-monopólio contra o Google -- um sobre buscas na plataforma e outro sobre tecnologia de publicidade, bem como um processo contra a Apple (NASDAQ:AAPL). A Comissão Federal de Comércio dos EUA está processando a Meta e a Amazon.com (NASDAQ:AMZN).

O DOJ apresentou uma série de possíveis soluções no caso do processo de busca, incluindo fazer com que o Google se desfaça de partes de seus negócios, como o navegador Chrome, e encerre os acordos que o tornam o mecanismo de busca padrão em dispositivos como o iPhone da Apple.

Mas o julgamento sobre essas correções não ocorrerá até abril de 2025, com uma decisão final saindo provavelmente em agosto. Isso dá a Trump e ao DOJ tempo para mudar de rumo, se assim desejarem, disse William Kovacic, professor de direito da Universidade George Washington.

"Ele certamente está em posição de controlar a disposição do DOJ para a fase de recursos", disse Kovacic, que presidiu a Comissão Federal de Comércio no governo do então presidente George W. Bush.

É provável que Trump também recue em algumas políticas que irritaram negociadores durante o governo Biden, disseram os advogados. Uma delas é a relutância em fazer acordos com empresas que se fundem, o que antes era comum e permitia que as empresas resolvessem os problemas de concorrência que as agências levantavam sobre os acordos, tomando medidas como a venda de parte do negócio.

A FTC e o DOJ provavelmente descartariam as diretrizes de análise de fusões elaboradas durante o governo Biden, disse Jon Dubrow, sócio do escritório de advocacia McDermott Will & Emery.

"As diretrizes de fusões de 2023 eram muito hostis às fusões e aquisições", disse ele, ecoando uma opinião amplamente difundida em Wall Street.

A proibição da Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) sobre a maioria das cláusulas de não concorrência em contratos entre empregador e empregado pode ser mais vulnerável a uma ação judicial movida pela Câmara de Comércio dos EUA, se a FTC votar para não defendê-la.

Cerca de 30 milhões de pessoas, ou 20% dos trabalhadores dos EUA, assinaram cláusulas de não concorrência, de acordo com a FTC. A agência está atualmente apelando de uma decisão judicial que bloqueou a regra.

Mas essas ações para desmantelar o trabalho da presidente da FTC, Lina Khan, dependerão da confirmação de um substituto indicado por Trump para dar à comissão bipartidária de cinco membros uma maioria republicana.

© Reuters. Logotipo do Google é exibido em prédio em San Diego, Califórnia, EUA
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REUTERS/Mike Blake

As iniciativas de Khan se concentraram no que ela considerava danos sociais causados pela consolidação corporativa sem controle, atraindo elogios tanto dos democratas quanto de alguns republicanos, incluindo o vice-presidente eleito JD Vance. Mas alguns membros das comunidades empresarial e jurídica criticaram sua abordagem por considerá-la muito agressiva.

No entanto, não se espera que Trump reduza drasticamente a fiscalização antitruste. Um número semelhante de casos de fusões foi apresentado durante seu primeiro mandato e durante os dois primeiros anos do governo Biden, de acordo com uma análise do escritório de advocacia Sheppard Mullin.

(Reportagem de Jody Godoy em Nova York)

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