Por Geoffrey Smith
Investing.com -- As ações da Uber (SA:U1BE34)(NYSE:UBER) apresentaram queda forte nesta quarta-feira, após a empresa de mobilidade urbana anunciar enormes descontinuidades de seus investimentos na Ásia e na condução autônoma, empurrando a companhia para um prejuízo líquido de US$ 5,9 bilhões no primeiro trimestre.
Por volta das 12h53, as ações da Uber eram negociadas a -9,04% a US$ 26,80 na Bolsa de Nova York.
A empresa realizou amortizações no total de US$ 5,6 bilhões relacionadas a seus investimentos na sua concorrente chinesa Didi Global e na Grab, companhia também do setor com atuação no Sudeste Asiático, bem como na Aurora, para a qual se desfez das suas operações de tecnologia de condução autônoma em 2020.
Ela também registrou US$ 359 milhões em custos relacionados a remuneração baseada em ações.
Mas o grupo foi otimista quanto a suas principais operações, de mobilidade urbana e entrega de alimentos, em flagrante contraste com a rival Lyft (NASDAQ:LYFT), cujas ações caíram 27% na negociação pós-fechamento da terça-feira depois de seu alerta sobre os custos mais altos para conseguir que os motoristas voltassem para as ruas. Inicialmente, as ações da Uber tinha caído 4% em solidariedade, mas já haviam praticamente se recuperado na hora da divulgação de seus próprios resultados.
A receita mais que dobrou para US$ 6,9 bilhões, refletindo o nível muito mais rigoroso dos lockdowns nos seus mercados centrais há um ano. As reservas brutas para viagens subiram 58% em relação a um ano atrás, enquanto as reservas de entrega de alimentos subiram 12%.
A empresa também disse que o trimestre atual está progredindo um pouco melhor do que os analistas esperavam. Ela espera reservas brutas de US$ 28,5 a US$ 29,5 bilhões nos três meses até junho, enquanto vê o EBITDA ajustado, uma medida aproximada da rentabilidade operacional subjacente, entre US$ 240 e US$ 270 milhões. O ponto médio desse intervalo é cerca de 2% mais alto que o consenso das previsões.
O diretor financeiro da Uber, Nelson Chai, disse num comunicado que acompanhou os resultados trimestrais: "Com o fluxo de caixa livre aproximando-se do ponto de equilíbrio no 1º trimestre, esperamos agora gerar consideráveis fluxos de caixa livres positivos para o ano de 2022".
A empresa apresentou fluxo de caixa livre negativo de apenas US$ 47 milhões no trimestre, uma melhora acentuada em relação ao ano passado, quando sangrou US$ 635 milhões.