Investing.com - O UBS rebaixou a recomendação da montadora francesa Renault (EPA:RENA) de neutra para venda e cortou o preço-alvo das ações da companhia de €42,00 para €31,00, em razão da maior concorrência vinda da China.
O banco suíço projeta um resultado financeiro robusto nos próximos trimestres por parte da fabricante de automóveis, com possibilidade de surpresas positivas adicionais. Contudo, ressalta que a maioria dos indicadores parou de melhorar. Uma análise do UBS, que inclui a avaliação da BYD (SZ:002594) na Q-Series, faz os analistas do banco crerem que as montadoras tradicionais correm um risco maior de perder uma parcela significativa de mercado diante da crescente concorrência das montadoras chinesas e da Tesla (NASDAQ:TSLA).
Os estrategistas da instituição consideram que a Volkswagen (ETR:VOWG_p), da Alemanha, que era a líder na China, é a mais afetada pelo avanço das montadoras do país asiático. E, como líder de mercado na Europa, a Volkswagen provavelmente será impactada no longo prazo pela disputa acirrada dos veículos elétricos (VEs) chineses.
O UBS rebaixou também a recomendação da VW de neutra para venda e cortou o preço-alvo das ações da companhia de €135,00 para €100,00.
Os analistas afirmaram em nota: “As mudanças recentes na gestão e nas ações estratégicas abordam os desafios evidentes, mas acreditamos que a VW dificilmente conseguirá enfrentar o avanço chinês iminente sem sofrer impacto negativo nos lucros.”
Apesar do tom confiante da administração, eles acreditam que a Renault está perto de atingir o pico de rentabilidade. E com a BYD e a Tesla buscando aumentar suas vendas no continente em um total combinado de 2,5 milhões de unidades até 2030, é provável que a Volkswagen seja prejudicada.
Em tom mais positivo, eles afirmaram que a Volkswagen está entrando em uma fase forte do ciclo de modelos à combustão, especialmente no segmento premium/luxo (Audi, Porsche (ETR:P911_p)), bem como em alguns modelos de alto volume de suas marcas tradicionais, como o VW Tiguan e o Skoda Octavia.
Os analistas levaram isso em consideração nas projeções do UBS para 2024, o que ajuda a compensar o impacto de uma possível queda mais acentuada nos preços/mix. No entanto, não acreditam que isso compense totalmente as dificuldades cíclicas.