Investing.com – Após rodada de conversas com investidores estrangeiros do setor de utilities na semana passada, a percepção foi de que a visão deles sobre o Brasil não é nada favorável, apontaram em relatório analistas do banco BTG (BVMF:BPAC11). “2025 será um ano longo”, adiantam os analistas Antonio Junqueira, Gisele Gushiken e Maria Resende.
No mercado doméstico, são constantes as falas de que as ações brasileiras estão descontadas, que o real está subvalorizado frente ao patamar justo e que a exposição dos investidores estrangeiros às ações brasileiras é pequena.
Essa argumentação estaria alimentando expectativa de elevação da exposição dos investidores estrangeiros, mas o BTG entende que não é isso o que vai acontecer. “Investidores estrangeiros não salvarão ações brasileiras”, alertou o BTG, reforçando que o sentimento dos estrangeiros não vai nesta linha.
Apesar de concordarem que as ações estão baratas, faltaria um gatilho que motivasse maior alocação nas ações. Ainda que o valuation e o real estejam deslocados, esse cenário pode piorar ainda mais – o que motiva críticas constantes.
“Tivemos a impressão de que existe potencialmente uma boa quantia de dinheiro que poderia ser realocado para o Brasil se as cartas fossem jogadas corretamente, seja o governo (no lado fiscal). O recente fluxo de notícias, porém, foi visto como muito negativo (com esperanças de melhorias de curto prazo quase desaparecendo)”, lamentam os analistas.
Os nomes mais debatidos nas rodadas com investidores foram Sabesp (BVMF:SBSP3), Copel (BVMF:CPLE6), Eletrobras (BVMF:ELET3) e Equatorial (BVMF:EQTL3). “Na Sabesp a principal preocupação estava na velocidade da recuperação face às expectativas (embora o argumento altista seja para que a dinâmica dos lucros e os gatilhos ocorram em 2025)”, detalham no documento. Para Eletrobras, investidores enxergam resultados em diversas frentes, mas questionam cronograma e escala de dividendos, enquanto Equatorial e Copel também foram elogiadas.