Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - Depois de elevar suas projeções em cerca de 20% em média, considerando uma curva mais forte de preços do minério de ferro e os resultados do terceiro trimestre, o BTG Pactual, em relatório distribuído nesta terça-feira (24), elevou seu preço-alvo para a ADR da Vale (NYSE:VALE) para US$ 17, de US$ 14, e manteve recomendação de Compra.
Por volta das 13h30, a ADR da Vale tinha forte alta de 3,37%, a US$ 13,64, enquanto o NYSE Composite, índice em que o papel é negociado, subia 1,53%, aos 14.212,28 pontos. No Brasil, a ação VALE3 tinha alta de 2,47%, a R$ 73,05, na mesma linha do Ibovespa, que subia 1,68%, a 109.179.
O banco destaca a nova agenda de ESG da Vale, que, junto da segurança, tornou-se um objetivo primordial de longo-prazo após a tragédia de Brumadinho. Mesmo com o grande foco em ESG, o BTG (SA:BPAC11) acredita que a Vale irá continuar favorecendo os acionistas, com abordagem disciplinada de alocação de caixa e fortes objetivos de pagamento de dividendos, que o banco projeta em 10% para 2021.
Outro ponto positivo para a ação citado pelo BTG é o preço do minério de ferro, que, na visão do banco, deve permanecer em níveis saudáveis nos próximos anos.
Além disso, o BTG destaca que a Vale é um dos únicos players no setor do minério de ferro com potencial de crescimento de volume no médio prazo. Para o banco, a companhia pode crescer perto de 30% no agregado entre 2020 e 2023.
Finalmente, o banco acredita que as ações da Vale estejam fortemente subavaliadas sob qualquer métrica. Um exemplo é o desconto em relação às concorrentes australianas, de quase 40%, que, na percepção do banco, é injustificado. “Nós acreditamos que um desconto de 20-25% seja mais sustentável”, diz o relatório.
O BTG não deixa de mencionar, no entanto, aspectos negativos da tese de investimento. O primeiro deles é que a compensação total das tragédias de Brumadinho e Samarco permanece incerto, o que pode impactar o valuation. Além disso, a percepção de risco em torno das exportações de minério de ferro permanece, assim como o ambiente regulatório do Brasil, que segue desafiador. O banco cita ainda as potenciais provisões vindas das vendas de participações na empresa por fundos e pensão e pelo BNDES.