Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Ministério Público Federal espera receber da Vale (SA:VALE3) na segunda-feira uma confirmação formal de que irá afastar outros executivos da empresa, conforme recomendação realizada por autoridades em conjunto com o Ministério Público de Minas Gerais, afirmou uma fonte com conhecimento do assunto.
A recomendação pelo afastamento de 14 funcionários da companhia ocorreu há uma semana, como um dos desdobramentos das investigações sobre o rompimento de uma das barragens da mineradora em Brumadinho (MG), em 25 de janeiro, que deixou mais de 300 vítimas, entre mortos ou desaparecidos.
Quatro dos nomes apontados, incluindo o presidente-executivo da Vale, Fábio Schvartsman, e o diretor-executivo de Ferrosos e Carvão, Peter Poppinga, pediram afastamento no último sábado, após a recomendação dos procuradores.
Também se afastaram temporariamente Lucio Flavio Gallon Cavalli (diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carvão) e Silmar Magalhães Silva (diretor de Operações do Corredor Sudeste).
Outros dez funcionários, incluídos no pedido das autoridades, permaneceram nos cargos.
Em entrevista à Bloomberg na véspera, a promotora do MPMG Andressa Lanchotti, que acompanha o caso, disse ter a expectativa que a Vale responda a recomendação até o final da semana. Procurada pela Reuters, a assessoria do MPMG confirmou a informação.
Procurada, a Vale não respondeu de imediato o pedido de comentários sobre o afastamento dos demais funcionários.
Na recomendação, os procuradores haviam dado dez dias para manifestação quanto ao acatamento da recomendação.
Dentre os nomes que ainda não foram afastados estão três gerentes executivos, além de gerentes, engenheiros e geólogos.
(Por Marta Nogueira)