Investing.com - Nos primeiros negócios da manhã desta quarta-feira na bolsa paulista, as ações da Vale (SA:VALE3) operam em queda de 0,81% a R$ 51,44, refletindo a forte queda do preço do minério de ferro. A commodity perdeu mais de 5% com o anúncio da decisão judicial favorável a retomada da produção na mina de Brucutu.
A mineradora brasileira disse na terça-feira que a Justiça abriu caminho para que a companhia retome as operações na mina de Brucutu, que foram suspensas desde o início de fevereiro, após o colapso de uma represa em Brumadinho (MG) ter matado centenas de pessoas.
A mina tem uma capacidade instalada de 30 milhões de toneladas de minério de ferro, ou cerca de 8 por cento da produção anual planejada da Vale no Brasil. A empresa precisa agora da aprovação de autoridades locais para retomar o trabalho.
"Não está claro para nós se o reinício é iminente... Se essa mina voltar a ficar ativa, isso aliviará parte do aperto esperado no mercado de minério de ferro", disseram analistas da Jefferies em nota.
O mercado estava esperando pelo menos 64 milhões de toneladas de redução na produção, depois que a Vale anunciou na semana passada que iria reduzir ainda mais os trabalhos.
A jornada desta quarta-feira na bolsa de mercadorias da cidade chinesa de Dalian foi marcada pela forte queda na cotação dos contratos futuros do minério de ferro. O ativo com maior volume de negócios, com data de entrega no mês de maio deste ano, foi registrada perdas de 5,10% para 604,50 iuanes por tonelada, uma variação diária de 32,50 iuanes.
Já para o vergalhão de aço, que tem seus papéis transacionados na bolsa de mercadorias de Xangai, também na China, houve queda nos preços dos ativos. O contrato com maior liquidez, para maio, perdeu 17 iuanes para 3.777 iuanes por tonelada, enquanto o segundo em negócios, para outubro, caiu 6 iuanes para 3.498 iuanes por tonelada.
Para o BTG Pactual (SA:BPAC11), a notícia é positiva, mostrando que a Vale avança para não arriscar suas operações com as autoridades e a retomada vai iniciar antes do que era esperado. Os analistas destacam que a mina é uma operação central para a Vale e a impressão é que os investidores estavam considerando uma baixa probabilidade de um reinício no curto prazo.
Eles entendem que isso pode adicionar alguma volatilidade aos mercados de minério de ferro, sendo isso como um resultado positivo para a Vale. A equipe vê a ação negociada a 4x o EBITDA 19. Considerando que os dividendos não devem ser pagos em 2019, voltando em 2020, o BTG reitera a recomendação de compra.