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Vamos: Receita de 2022 já é 40% maior sem novos contratos, diz CFO

Publicado 17.02.2022, 18:49
Atualizado 18.02.2022, 16:21
© Reuters

Por Ana Beatriz Bartolo

Investing.com - A Vamos (SA:VAMO3) fechou 2021 com crescimento nas margens de todos os negócios em que opera e um faturamento de R$ 2,8 bilhões, quase 86% maior do que o de 2020. Para Gustavo Moscatelli, CFO da companhia, o ano passado foi transformador para a locadora de máquinas e caminhões e a expectativa para 2022 é ainda melhor.

“A gente bateu recorde em todos os indicadores de rentabilidade, com crescimento de margem em todos em todos os negócios, atingimos a marca de R$ 1 bilhão de ebitda no ano e fechamos 2021 com R$ 402 milhões de lucro, quando a expectativa inicial do mercado era de R$ 280 milhões”, fala Moscatelli.

Apesar de ter aberto capital no começo do ano passado, a empresa experimentou uma aceleração muito grande nos últimos 12 meses, sendo capaz de antecipar o seu plano de crescimento de longo prazo. Assim, no final de setembro passado, a Vamos voltou ao mercado para fazer um follow-on que arrecadou R$ 1,095 bilhão ao seu capital.

Em 2021, a Vamos investiu R$ 3,4 bilhões de capex para adquirir caminhões e máquinas para alugar a seus clientes. Esse número é 167% maior do que no ano anterior. “Isso mostra a capacidade de execução da companhia, de disciplina, que junto com todo esse crescimento veio muita habilidade também” defende Moscatelli.

No balanço apresentado na noite de quinta-feira, 17, a Vamos também apresentou um caixa de aproximadamente R$ 3,8 bilhões, o que seria suficiente para amortizar todas as dívidas até 2027. “A companhia encerra 2021 com uma escala completamente diferente, uma companhia muito mais madura, muito mais sólida” afirma Moscatelli, que também aponta que a empresa está pronta para mais um ciclo de crescimento forte. 

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Confira trechos da entrevista exclusiva concedida para a Investing.com Brasil.

Investing.com Br: O que devemos esperar da Vamos em 2022, um ano que promete ser bastante volátil com os resquícios da pandemia e as eleições presidenciais?

Gustavo Moscatelli: Nós temos dois pontos muito interessantes que reduzem a volatilidade do ano. O primeiro deles é que o nosso modelo de negócio é de contratos de longo prazo, ou seja, à medida que você cresce no ano, o ano seguinte reflete no resultado todo o crescimento que você contratou no ano anterior. Então, a gente entra em 2022 com um crescimento de mais de 40% na receita de locação já contratada. Se a gente não assinar novos contratos, a receita já é 40% maior do que a de 2021, por conta de todo o crescimento que a gente fez nos últimos 12 meses, né?

Então, isso já reduz bastante o nosso risco de execução esse ano. E junto com isso, a Vamos está inserida no mercado que está no início do seu desenvolvimento e que é economicamente muito viável para os clientes, tanto no momento pujante da economia quanto no momento recessivo, que é o mais ou menos o que ocorre agora. Então, neste momento, as empresas ficam mais abertas à discussão de novas alternativas para a frota. Vimos isso acontecer em outros ciclos econômicos, não é? Então, mesmo no ambiente de bastante volatilidade, como o atual, o negócio de locação de pesados é um negócio muito viável economicamente e que, sem sombra de dúvida, por estágio que está em desenvolvimento no país, tem bastante potencial de crescimento mesmo assim.

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Inv.com: Em 2021, o crescimento veio de forma orgânica e inorgânica, certo?

GM: Quase 98% foi de crescimento orgânico. A Vamos fez pequenas aquisições de concessionárias durante o primeiro semestre que contribuíram um pouco com o lucro no segundo semestre, mas é irrelevante para todo este primeiro ano. Também anunciamos a aquisição de uma empresa de locação de empilhadeiras em dezembro chamada HM, mas que ainda não entrou na consolidação dos números. Só vai entrar a partir de 2022. 

Inv.com: Quais os planos para a HM Empilhadeiras?

GM: Em dezembro, a Vamos adquiriu uma empresa que faz locação e comércio de empilhadeiras através de concessionárias, porque ela é representante da Toyota Motor (NYSE:TM) (SA:TMCO34) no Brasil. O segmento de empilhadeiras é um segmento que a gente já atua há muito tempo. A gente tinha antes de comprar a HM um pouco mais de 1.200 empilhadeiras e, com a compra da HM, chegamos  a quase 4.000 unidades, nos tornando o maior locador de empilhadeiras do Brasil.

Isso fortalece ainda mais nosso portfólio de produtos. Porque tem um grupo muito grande de clientes que utilizam o caminhão e também utilizam empilhadeira em suas operações, nos deixando mais completos para oferecer aos nossos clientes uma solução ampla e completa para as suas operações. A HM é uma empresa, tem 3 concessionárias de empilhadeira, com 2.800 máquinas empilhadeiras locadas e que geram um faturamento próximo de R$ 100 milhões, com margens muito parecidas com o da Vamos. É uma empresa bastante saudável, organizada, com um endividamento muito baixo, que vai agregar muito no portfólio de produtos e clientes da Vamos. Além disso, a HM tem muitos clientes de setores que a Vamos ainda não atua.

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Inv.com: Ano passado foi de forte expansão para a Vamos. Quais setores se destacaram?

GM: A Vamos aluga atualmente caminhões e máquinas para praticamente todos os setores da economia. Desde o agronegócio, que é o principal setor de atuação, representa quase 55% do nosso portfólio de receita. Até o setor de transporte e logística, que é o setor que mais utiliza caminhões no Brasil. Mas, estamos em outros serviços, como energia elétrica, bens de consumo, indústria, varejo, e-commerce. Em todos eles, estamos presentes com caminhões ou máquinas.

Inv.com: Qual é a estratégia de expansão agora? 

GM: 80% da nossa frota são caminhões e 20% são máquinas agrícolas ou empilhadeiras. A nossa estratégia é continuar crescendo no portfólio com esse mix entre aproximadamente 70% e 80% de caminhões, porque é um mercado muito maior do que o de máquinas. O nosso DNA é os caminhões. Nós fomos criados de uma empresa que era uma transportadora, e depois virou uma empresa de logística, sempre operando caminhões. Logo, temos conhecimento e know how criado, mas o mercado de máquinas agrícolas de linha amarela também é muito bom e atuamos há muito tempo.

Mas, como o tamanho do mercado de máquinas agrícolas é menor, ele sempre vai significar um percentual menor no nosso portfólio, mas a estratégia é atuar nos dois mercados.

Inv.com: Falando sobre o follow-on do 3T21, qual é objetivo desses recursos?

GM: O objetivo da captação de quase R$ 1 bilhão foi 100% para aquisição de caminhões e máquinas para locação. Nosso plano de crescimento para esse ano é bastante arrojado. Soltamos um guidance no final do ano com um capex para este ano entre R$ 4,3 e 4,8 bilhões. Que se compara ao R$ 3,4 bilhões investidos em 2021, com a expectativa de crescimento de 30%. Para executar o plano, necessitávamos de mais capital. Todo esse recurso vai ser investido, na aquisição de caminhões e máquinas para locação.

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Inv.com: A Vamos chegou a ser prejudicados pelo problema que teve com a cadeia de produção de caminhões? 

GM: Então, indiretamente sim. A cadeia de suprimentos na indústria de caminhões foi afetada, mas em uma magnitude muito inferior ao que aconteceu na no setor de veículos leves. A indústria está sofrendo, mas como o volume de produção é muito menor e pela Vamos ter um modelo de compras com bastante antecipação, a compra de caminhões pela companhia ocorre com mais de um ano de antecedência, cujo impacto de eventuais atrasos é muito menor. Ainda acontece alguns atrasos, mas não tem nada significativo acontecendo que prejudique o nosso crescimento.

Inv.com: A venda de seminovos teve uma margem bruta de 28,5% no 4T21, isso seria um reflexo da valorização dos veículos seminovos?

GM: Esse movimento de valorização de seminovos também aconteceu aqui, de uma forma bastante significativa. Os caminhões e as máquinas se valorizaram muito também por conta da inflação, do câmbio e do reflexo da cadeia produtiva. Isso refletiu no preço do 0 km e, consequentemente, no preço do caminhão e da máquina usados. Se observar ano passado, a Vamos teve uma margem na venda de artigos próxima de 30%, sendo que historicamente era por volta de 3% a 5%. Isso se ocorreu devido à valorização do preço do 0 km e, consequentemente, do usado.

Agora, esse é um ponto bastante relevante, não é? A companhia tem atualmente R$ 5 bilhões em ativos no balanço que estão locados para os nossos clientes. Nosso negócio tem um ciclo de 5 anos. Então, vamos vender esses ativos nos próximos 5 anos e apurar toda a rentabilidade dessa apreciação que teve nos caminhões ao longo desse período todo. 

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Inv.com: Quais são as ações que a Vamos está tomando pensando no impacto ambiental da locação de caminhões?

GM: A frota brasileira de caminhões é extremamente velha, né? Tem cerca de 20 anos de idade, logo é uma frota que emite muitos poluentes, o que causa muito acidente. É pouco produtiva para empresas e para os motoristas autônomos. E o nosso negócio está naturalmente inserido na agenda ESG, porque um dos nossos propósitos é a renovação da frota brasileira através da locação. À medida que a gente cresce, a Vamos está tirando os caminhões mais velhos das ruas e colocando caminhões novos, mais produtivos, que emitem menos poluentes, consomem menos combustíveis, trazem mais produtividade para as empresas e geram mais emprego. Esse é o principal ponto, mas junto com isso a companhia tem diversas outras iniciativas, como o programa chamado Vamos Carbono Zero, para os nossos clientes neutralizarem todas as emissões das frotas que eles operam. Também fizemos um programa muito interessante, que é de comprar caminhões com mais de 20 anos e destinar eles para descarte, para tirá-los da rua.

 

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