SÃO PAULO (Reuters) - A Weg (SA:WEGE3) afirmou nesta quinta-feira ver uma retomada forte dos negócios em todos os segmentos de equipamentos de ciclo curto no Brasil, atingindo níveis pré-pandemia no terceiro trimestre, mas previu que uma recuperação similar nos Estados Unidos e na Europa só deve ocorrer em 2021.
A empresa divulgou na véspera alta de 54% no lucro líquido de julho a setembro, apoiada nos negócios de ciclo curto no Brasil, além de desempenho positivo nas operações de ciclo longo no país e no exterior.
Executivos da Weg citaram em teleconferência de resultados que os negócios de ciclo curto, de equipamentos padronizados, empregados na indústria de eletrodomésticos, avançaram forte com a flexibilização das medidas de quarentena no Brasil. Mas frisaram que a carteira de ciclo longo segue saudável.
"Temos uma carteira saudável de ciclo longo para 2021", disse André Rodrigues, diretor superintendente financeiro da Weg, a analistas, referindo-se a produtos como grandes motores usados em projetos especiais como saneamento ou irrigação.
"Temos desempenho muito positivo dessa carteira na América do Norte, o que nos levou a projeto para antecipar a expansão em transformadores", acrescentou, citando grandes encomendas de equipamentos para usinas eólicas para entrega em 2021 e 2022.
As ações da companhia tinham alta de 3,25% às 13h33, entre as maiores altas do Ibovespa, que avançava 0,9%.
Na área de ciclo longo, a empresa está vendo de forma positiva a evolução do mercado de saneamento no Brasil, que passou a contar com um novo marco regulatório em meados do ano, diante de incentivos para concessões e investimentos privados.
"Segmento de água e saneamento é um dos principais para nós. São motores, automação e até tintas para tubulações", disse Rodrigues. "É um mercado bastante 'endereçável' por nossos negócios", adicionou, citando que o potencial de mercado que pode ser atendido pelos produtos da Weg é de 4% a 5% do valor total dos investimentos em saneamento.
Nas últimas duas semanas, leilões de saneamento em Alagoas e no Espírito Santo geraram contratos de investimentos de 3,2 bilhões de reais nos próximos anos.
Questionados sobre incertezas regulatórias no mercado de energia solar no Brasil, os executivos disseram que a tendência segue de crescimento, uma vez que o Brasil tem boas condições de insolação e preço caro pela energia. "Mudanças regulatórias podem reduzir um pouco o ritmo de investimento, mas não é algo que deve impactar a tendência de crescimento", disse Rodrigues.
(Por Alberto Alerigi Jr.)