Por Jennifer Rigby
LONDRES (Reuters) - Os apelos para interromper o desenvolvimento da inteligência artificial não "resolverão os desafios" futuros, disse o cofundador da Microsoft (NASDAQ:MSFT) Bill Gates à Reuters, sobre uma carta aberta que gerou um debate sobre o futuro da tecnologia.
Gates, um tecnólogo que virou filantropo, disse que seria melhor focar na melhor forma de usar os desenvolvimentos da IA, pois é difícil entender como uma pausa poderia funcionar globalmente.
Os comentários de Gates foram sobre uma carta aberta publicada na semana passada e assinada por Elon Musk e mais de 1.000 especialistas em IA. O documente defende uma pausa urgente no desenvolvimento de sistemas “mais poderosos” que o GPT-4, da OpenAI, empresa apoiada pela Microsoft. O novo modelo do GPT-4 pode realizar tarefas como manter uma conversa em padrões humanos, compor músicas e resumir documentos longos.
Os especialistas, incluindo o cofundador da Apple (NASDAQ:AAPL) Steve Wozniak, dizem na carta que os riscos e benefícios potenciais da tecnologia para a sociedade precisam ser avaliados.
“Não acho que pedir a um grupo específico para fazer uma pausa resolva os desafios”, disse Gates na segunda-feira. “Claramente, há enormes benefícios nessas coisas... o que precisamos fazer é identificar as áreas complicadas.”
A Microsoft procurou superar seus pares por meio de investimentos multibilionários na OpenAI, criadora do ChatGPT.
Embora atualmente focado em tempo integral na filantrópica Fundação Bill e Melinda Gates, Gates tem sido um defensor otimista da IA e a descreveu como revolucionária como a internet ou os telefones celulares.
Em um texto publicado online intitulado "A Era da IA começou", datado de 21 de março, um dia antes da carta aberta ser divulgada, Gates disse acreditar que a IA deveria ser usada para ajudar a reduzir algumas das piores desigualdades do mundo.
O bilionário também disse na entrevista que os detalhes de qualquer pausa seriam complicados de aplicar.
“Eu realmente não entendo quem eles estão dizendo que poderá parar, e se todos os países do mundo vão concordar em parar”, disse ele. “Mas há muitas opiniões diferentes nessa área.”