Por Sijia Jiang
HONG KONG (Reuters) - Uma empresa de smartphones chinesa de cinco anos cujos produtos são pouco conhecidos fora do nicho alta tecnologia está entrando no mercado dos Estados Unidos nesta segunda-feira com o apoio de dois importantes aliados locais: a fabricante de chips gigante Qualcomm e a operadora de telefonia móvel T-Mobile.
A incursão da OnePlus, sediada em Shenzhen, ocorre depois que as operadoras de telefonia móvel norte-americanas AT&T e Verizon abandonaram os planos de trabalhar com a Huawei em telefones de última geração devido à pressão de Washington, que considera a Huawei um risco à segurança nacional.
Mas a aliança da OnePlus, que será anunciada nesta segunda-feira em Nova York, mostra quanto as relações comerciais entre EUA e China, incluindo as que envolvem tecnologias avançadas, estão avançando, apesar da guerra comercial sino-americana. A OnePlus silenciosamente se tornou a terceira maior cliente dos chips de telefonia móvel mais caros da Qualcomm, atrás apenas da Samsung e LG Electronics, de acordo com dados da empresa da Canalys.
Em uma entrevista, o fundador da OnePlus, Carl Pei, se recusou a comentar detalhes dos relacionamentos com operadoras nos EUA. Mas os executivos da T-Mobile farão parte do evento desta segunda-feira e fontes disseram que a empresa venderia os telefones OnePlus. Essas parcerias com operadoras são essenciais para causar impacto no mercado norte-americano.
O celular que será revelado nesta segunda-feira, chamado 6T, será vendido por um preço acima de 500 dólares, mas contém recursos que normalmente estão presentes apenas em aparelhos mais caros. A Xiaomi (HK:1810), uma rival chinesa que também se concentra em celulares repletos de recursos por preços baixos, disse que planejava um lançamento nos EUA para 2019, mas não respondeu a um pedido para comentar se esses planos ainda estão em vigor.
A OnePlus é incomum entre as empresas de tecnologia chinesas, que normalmente se concentram em produtos de mercado de massa para clientes domésticos. A OnePlus, por outro lado, só vende telefones premium que custam 400 dólares ou mais, quase exclusivamente online e obtém dois terços de sua receita fora da China.
Globalmente, na categoria de celulares acima de 400 dólares, a Apple (NASDAQ:AAPL) domina com 43 por cento do mercado, seguida pela Samsung (24 por cento), OPPO (10 por cento), Huawei (9 por cento), Xiaomi (3 por cento) e OnePlus (2 por cento), segundo a Counterpoint.
(Por Sijia Jiang)((Tradução Redação São Paulo; +55 11 56447509))REUTERS TH RBS