Por Sheila Dang
(Reuters) - O Google (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL34) não vai criar ou usar ferramentas alternativas para rastrear o tráfego de navegação na internet assim que começar a eliminar a tecnologia existente do browser Chrome no próximo ano, disse a companhia nesta quarta-feira, em uma mudança que vai remodelar o funcionamento da publicidade online.
A companhia anunciou no ano passado intenção de eliminar do Chrome cookies de terceiros, ferramenta que há décadas tem sido a base da publicidade online. O objetivo declarado da empresa é cumprir com crescentes padrões de privacidade de dados na Europa e nos Estados Unidos.
Ativistas de privacidade há anos criticam empresas de tecnologia, incluindo o Google, pelo uso de cookies para reunir dados de navegação dos usuários pela internet que permitam o desenvolvimento de perfis de interesses para fins de exibição de publicidade dirigida.
Agora, o Google promete que não usará outra tecnologia para substituir o cookie ou criar recursos dentro do Chrome para permitir seu próprio acesso a esses dados. Porém, a empresa continua a testar formas para empresas direcionarem anúncios a grandes grupos de usuários que tenham interesses comuns.
Uma das propostas é o chamado FLoC. Segundo o Google, essa técnica "esconde" as pessoas "no meio da multidão" da internet e usa o processamento no dispositivo do usuário para manter o histórico da web de uma pessoa privado em seu navegador.
Os testes do FLoC para alcançar os mercados e a afinidade nos audiências do Google mostram que "os anunciantes podem contar com pelo menos 95% de conversões por dólar investido" em relação aos cookies.
"Manter a internet aberta e acessível para todos exige que todos nós façamos mais para proteger a privacidade - e isso significa o fim não apenas de cookies de terceiros, mas também de qualquer tecnologia usada para rastrear pessoas individuais enquanto elas navegam na web", disse o Google.
Empresas rivais de tecnologia de publicidade estão criando ferramentas para identificar usuários na web "anonimamente", incluindo Criteo (NASDAQ:CRTO) e The Trade Desk (NASDAQ:TTD).
Ambas as empresas viram suas ações caírem em janeiro do ano passado imediatamente depois que o Google anunciou o fim dos cookies no Chrome.
"O Google não se unirá aos esforços de outros nomes da indústria de publicidade que planejam substituir os cookies de terceiros por novas formas de identificação individual do usuário", afirmou a companhia.
"Em vez disso, o Google continuará comprometido com as tecnologias desenvolvidas como parte do 'Privacy Sandbox', um esforço colaborativo do mercado para desenvolver um conjunto de padrões abertos da web que buscam, principalmente, melhorar a privacidade na internet."