Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - O Mercado Pago planeja superar a rival PagSeguro (NYSE:PAGS) e ter uma operação integral de adquirência de cartões em 2020, enquanto avança para se tornar o principal motor de crescimento da empresa de comércio eletrônico Mercado Livre.
Operando como subadquirente no Brasil desde 2015, o Mercado Pago tinha uma base de cerca de 3,3 milhões de terminais ativos em setembro passado, último número disponível, considerando toda a América Latina. A rival PagSeguro fechou o terceiro trimestre de 2019 com 5 milhões de dispositivos ativos.
"É minha meta para esse ano", disse nesta sexta-feira a diretora de pagamentos do Mercado Pago, Gabriela Szprinc, sobre a expectativa de superar a base de maquininhas do PagSeguro. "Existem várias regiões no Brasil que ainda estão subatendidas."
Consultado, o PagSeguro não pode se manifestar de imediato sobre os comentários do Mercado Pago.
Maior portal de comércio eletrônico da América Latina, o Mercado Livre vem nos últimos anos ampliando a aposta no Mercado Pago como principal vetor de crescimento do grupo.
Com cerca de 8 milhões de contas de pagamentos, a empresa lançou há pouco mais de dois anos uma operação de crédito, tendo já emprestado 1,4 bilhão de reais a vendedores e 350 milhões de reais a consumidores.
No ano passado, o Mercado Pago lançou uma central de descontos em parceria com lojistas, incluindo marcas como McDonald's e Drogasil, dentro dos esforços para dar escala ao uso de seu aplicativo, num mercado em que as operações de bancos digitais e ecommerce estão rapidamente se integrando e ampliando o número de concorrentes.
Atualmente, há mais de 100 instituições de pagamentos em atividade no Brasil, segundo dados do Banco Central.
Entre os próximos passos previstos do Mercado Pago para 2020 estão obter as licenças de instituição financeira e para operação integral de adquirente de cartões.
Com isso "podemos passar a fazer coisas que hoje só podemos fazer por meio de parceiros", disse o vice-presidente do Mercado Pago, Tulio Oliveira.