Por Toby Sterling
BRUXELAS (Reuters) - O órgão que une as autoridades nacionais de privacidade da Europa disse nesta quinta-feira que criou uma força-tarefa para tratar do ChatGPT, em um primeiro passo um potencialmente importante rumo a uma política comum sobre a definição de regras de privacidade para a inteligência artificial.
A medida do Conselho Europeu de Proteção de Dados (EDPB, na sigla em inglês) vem na esteira de uma medida unilateral da Itália no mês passado para restringir o ChatGPT --postura que o comissário para a proteção de dados da Alemanha disse que também poderia ser adotada na maior economia da Europa.
O ChatGPT, um programa de IA que atraiu a atenção do público por sua capacidade de responder rapidamente a uma ampla gama de assuntos, tornou-se o aplicativo de consumo de crescimento mais rápido da história, com mais de 100 milhões de usuários ativos mensais, levantando questões sobre quais ameaças a plataforma pode representar à segurança, à privacidade e aos empregos.
Especialistas, o governo norte-americano e vários outros governos da Europa também expressaram preocupação com o rápido crescimento da adoção do ChatGPT e produtos similares de IA.
"Os membros do EDPB discutiram a recente ação de aplicação da lei realizada pela autoridade italiana de proteção de dados contra a OpenAI sobre o serviço Chat GPT", disse o comunicado.
"O EDPB decidiu lançar uma força-tarefa dedicada para promover a cooperação e a troca de informações sobre possíveis ações conduzidas pelas autoridades de proteção de dados."
Uma fonte de um órgão de vigilância nacional, que pediu para não ser identificada porque não estava autorizada a falar com a imprensa, disse que os Estados-membros esperam alinhar suas posições políticas, mas que isso levará tempo.
A fonte disse que os Estados-membros não estão buscando punir ou fazer regras que afetem a OpenAI, dona do ChatGPT e apoiada pela Microsoft (NASDAQ:MSFT), mas sim criar políticas gerais que "sejam transparentes".
O EDPB é um órgão independente que supervisiona as regras de proteção de dados na União Europeia e é composto por unidades nacionais de vigilância para proteção de dados.
A organização não pôde ser imediatamente contatada para comentar.
(Reportagem de Toby Sterling)